Euro-Asia

Conferência de Moscou dá enfoque ao aumento de perseguição de cristãos no mundo inteiro

Incerteza no Oriente Médio, "Primavera árabe" tornando-se inverno para as minorias religiosas?

Moscow | Bettina Krause/ANN

Participantes de uma reunião de alto nível da liberdade religiosa em Moscou na semana passada, prometeram manter a situação das minorias religiosas perseguidas no Oriente Médio e África no centro das atenções da comunidade internacional.

Cerca de 100 milhões de cristãos em todo o mundo -- principalmente no Oriente Médio e partes da África -- estão sofrendo perseguição ou envolvidos em conflitos religiosos violentos, de acordo com os organizadores da conferência.

A Conferência Internacional Sobre Liberdade Religiosa e Discriminação Contra os Cristãos, de três dias, começou em 30 de novembro e reuniu um grupo diversificado de líderes das comunidades ortodoxa, protestante, judaica, católica e islâmica. No topo da agenda estava o crescimento do que alguns chamaram de "cristianofobia" em muitos países onde as religiões ou ideologias dominantes exercem poder político e social significativo.

Vasily Stolyar, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Euro-Ásia, disse que os participantes da conferência estavam unidos em sua determinação de fazer mais para aliviar a situação das minorias religiosas que sofrem perseguição em todo o mundo. "Será que somos guardadores de nossos irmãos? Sim! Temos a responsabilidade de falar em nome de nossos irmãos e irmãs que não podem falar por si", disse Stolyar.

Discussões na conferência também se concentraram no impacto da chamada "Primavera árabe" sobre os direitos das minorias religiosas em países que experimentaram uma mudança política dramática. John Graz, secretário-geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa, descreveu as questões levantadas na conferência como uma "preocupação significativa e crescente para os defensores da liberdade religiosa". "O destino das minorias religiosas em vários países do Oriente Médio ainda é incerto", disse Graz. "É uma situação de desenvolvimento político, e não sabemos ainda o que a postura de longo prazo de novos governos em lugares como a Tunísia ou Egito representará para com os cristãos e outros grupos religiosos não-islâmicos".

Graz acrescentou que a AILR tem acompanhado um aumento na perturbação social e ataques contra minorias religiosas na região ao longo do ano passado, incluindo um aumento em sentimentos anticristãos. Apontou, também a relatórios das Nações Unidas que apontam a um êxodo crescente de cristãos do Iraque e, mais recentemente, da Líbia -- uma tendência que indica um significativo sentimento de mal-estar entre os grupos religiosos minoritários.

Graz disse que é vital manter estas preocupações constantemente diante dos olhos da comunidade internacional segundo novos governos determinem se reconhecem as minorias religiosas.

"Pedimos aos governos de todo o mundo, juntamente com organismos internacionais como as Nações Unidas, para fazerem tudo ao seu alcance em assegurar que a liberdade religiosa, como um direito humano fundamental, seja reconhecida e protegida nesses países", disse Graz.

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