Sobre questões de ordenação, liderança adventista insta por processo ordenado

'Recurso' emitido para orientar sindicatos, conferências

Silver Spring, Maryland, United States | Mark Kellner/Adventist World

A liderança mundial dos adventistas do sétimo dia lançou um "apelo à unidade", bastante incomum, para as unidades administrativas regionais da Igreja que já tiveram ou estão considerando ação independente em relação à ordenação de mulheres para o ministério evangélico. O pedido vem num comunicado divulgado hoje em resposta a ações de várias uniões associações, incluindo duas na América do Norte.

As uniões associações, elementos constitutivos fundamentais da Associação Geral da Igreja a nível mundial, indicaram tanto o desejo de ordenar mulheres como o de tomar medidas independentes que permitam tais ordenações em seus territórios. Atualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não ordena mulheres ao ministério, segundo votos tomados nas assembleias da Associação Geral em 1990 e 1995 sobre a questão, onde o tema foi um dos principais enfoques da delegação internacional.

O apelo -- disponível clicando AQUI -- foi elaborado e unanimemente aceito por consenso pelos oficiais da Associação Geral, um grupo de 40 líderes titulares da Igreja, incluindo os 13 presidentes de Divisão, que também servem como vices-presidentes da Associação Geral.

O apelo começa por destacar as recentes ações e/ou propostas, bem como por recordar a ambas as uniões associações e à membresia mais ampla da Igreja que o tema todo da ordenação está em estudo pela família adventista toda a nível mundial, com os resultados devendo ser conhecidos em 2014. Uma vez sejam esses resultados recebidos, afirma o documento, a Comissão Executiva da AG, a maior autoridade interina entre as assembleias quinquenais internacionais da Igreja, decidirá se deseja fazer novas recomendações sobre a questão da ordenação para a Assembléia da Associação Geral em San Antonio, Texas, em julho de 2015.

Até então, um movimento "para alterar ou modificar as práticas de ordenação é de caráter global e requer uma decisão do organismo mundial", afirma o documento.

"O fato de qualquer União apresentar uma prática diferente de ordenação ministerial é visto, pelo resto da Igreja, como disposição para anular uma decisão da Igreja a nível mundial e seguir noutra direção", escreveram líderes adventistas. "Tais ações, tomadas no momento em que a Igreja por todo o mundo está envolvida num estudo e discussão da matéria, prejudica o processo e qualquer decisão que possa advir do mesmo".

Os líderes apontaram à abordagem colaborativa para as principais decisões que têm caracterizado as praxes da Igreja Adventista do Sétimo Dia desde a organização da denominação há quase 150 anos, em 1863: "A essência da unidade no funcionamento organizacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia é o compromisso mútuo de todas as organizações quanto à negociação coletiva na tomada de decisão em questões que afetam a família toda—e a aceitação dessas decisões como da autoridade da Igreja. A ação de qualquer União na busca de um curso de ação diferente representa uma rejeição desse valor fundamental na vida denominacional".

Ao mesmo tempo, o apelo fazia observar que "os oficiais da Associação Geral acolhem e convidam as Uniões para participarem do estudo global da ordenação. Este estudo será o mais amplo e aprofundado que a Igreja já realizou sobre este tema. Estudos anteriores foram realizados por comissões. Esta é a primeira vez que um estudo da ordenação ministerial envolve toda a Igreja através das 13 Divisões”.

Os líderes reconhecem que a questão da ordenação de mulheres tem sido um tema de grande preocupação para muitos dentro do movimento: "... Reconhecemos que convicções nitidamente diferentes com relação à ordenação ministerial para as mulheres existem em nossa família global. Também percebemos que a passagem do tempo sem encontrar satisfação para as tensões sobre essa questão pode dar origem à frustração e à erosão da confiança que uma resolução oportuna e mutuamente satisfatória pode ser encontrada".

No entanto, os líderes mundiais adventistas disseram "apelar sinceramente" às uniões  envolvidas a que:

1. Operem em harmonia com as decisões da Igreja a nível global;

2. Evitem qualquer ação independente contrária às decisões tomadas pelo organismo mundial da Igreja em 1990 e 1995;

3. Comuniquem a seus membros as implicações da ação independente para o bem-estar da denominação a nível global;

4. Empenhem-se ativamente na discussão global corrente sobre a prática da ordenação programada para ser definida em 2014 e 2015.

Em 31 de dezembro de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tinha 60 Uniões com status de Associação e 59 Uniões com status de Missão. Organizada como uma Associação Geral em 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem 17 milhões de membros batizados e está presente em 209 países e territórios em todo o mundo. Estima-se que 30 milhões de pessoas assistam aos cultos adventistas do sétimo dia semanalmente.

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