A Associação Internacional de Liberdade Religiosa uniu-se a mais de uma dúzia de grupos religiosos e defensores de direitos humanos para pedir a libertação do pastor americano Saeed Abedini, que foi preso no Irã em setembro por suas crenças religiosas.
Abedini, que periodicamente viajava para a sua Irã nativa para estabelecer e administrar um orfanato, foi preso e acusado de pôr em perigo a segurança nacional. A publicação ‘The Christian Post’, na semana passada informou que Abedini -- membro de uma Igreja cristã não-denominacional – estava ajudando cristãos em igrejas subterrâneas. Ele agora está sendo torturado e forçado a renegar a sua fé cristã, segundo a publicação.
"Parece que Abedini está sendo detido e perseguido unicamente por causa de sua fé, e nos unimos a outros em apelar por sua libertação imediata", disse o secretário-geral da AILR, John Graz, que também atua como diretor do Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia a nível mundial.
"Prender alguém, porque muda de religião não deve ser aceito por aqueles que acreditam na dignidade humana", disse Graz. "Esperamos que as autoridades iranianas libertem o Pastor Abedini o mais rápido possível”.
Numa carta de 13 de fevereiro ao Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, um grupo informal de ONGs e ativistas pediram ao secretário para "esgotar todas as opções possíveis" a fim de garantir a libertação de Abedini e apelar ao Irã para cumprir o seu compromisso de defesa dos direitos humanos.
"O Irã é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reconhece claramente o direito humano fundamental de escolher a própria religião e liberdade de detenção arbitrária", declarava a carta.
Outros grupos signatários incluem o Congresso Islâmico Americano, a Solidariedade Cristã Internacional e a entidade World Relief.
A carta do grupo veio um dia depois de uma carta semelhante ao Secretário Kerry por 84 membros do Senado dos EUA e da Câmara dos Deputados.
Relatórios indicam que Abedini está sujeito a prisão solitária, espancamentos e interrogatórios agressivos na prisão de Evin, conhecida por deter muitos presos políticos. Abedini foi condenado a oito anos de prisão num julgamento no mês passado, que numerosos grupos de direitos humanos disse que era uma farsa.
Em 25 de janeiro, um porta-voz do Departamento de Estado pediu a libertação de Abedini, condenando a violação do Irã de direitos humanos e liberdade de religião. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, emitiu um apelo semelhante em 28 de janeiro.
Abedini, um pai de dois filhos, de 32 anos de idade, se converteu do islamismo ao cristianismo em 2000. Desde então ele viajava ao Irã para administrar um orfanato na cidade de Rasht.
O Centro Americano de Lei e Justiça estabeleceu uma petição para a libertação Abedini e vai se reunir com oficiais de Direitos Humanos da ONU no próximo mês.