Adventist History

Trabalho editorial foi central para Igreja Adventista no seu início

Revista, cortada com canivete, uniu os adventistas observadores do sábado

Silver Spring, Maryland, United States | Elizabeth Lechleitner/ANN

Nota do Editor: Este artigo é parte de uma série de artigos históricos publicados este ano que assinala o aniversário de150 anos da Igreja Adventista do Sétimo dia.

Em julho de 1849, James White embalava exemplares de "A Verdade Presente" numa bolsa de viagem emprestada, e caminhava 13 km até a agência de correio em Middletown, Connecticut, EUA. Ele estava tomando os primeiros passos para o que se tornaria um ministério global de publicações.

Semanas antes, o jovem pioneiro sem dinheiro da IASD tinha persuadido uma editora local a imprimir 1.000 exemplares da primeira edição do que é conhecido hoje como "Adventist Review". White convenceu o editor de que as doações de adventistas observadores do sábado, espalhados por todo o nordeste dos EUA, iriam pingar para cobrir os custos de impressão de 64,50 dólares. Ele estava certo.

"Quando Deus está por detrás de algo, o que parece impossível é realmente apenas uma oportunidade para o Espírito Santo operar um milagre", disse Wilmar Hirle, atual diretor-associado para os Ministérios de Publicações da Igreja a nível mundial.

A revista cresceu no que George Knight, historiador adventista, considerou "provavelmente o instrumento mais eficaz tanto na reunião como na união do corpo de crentes que se tornariam os adventistas do sétimo dia nos anos de 1860”.

Na década de 1840, havia apenas algumas centenas de adventistas observadores do sábado, mas esse número cresceu para 3.500 em 1863, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi oficialmente estabelecida. Periódicos dos primórdios da Igreja não só estimulavam a evangelização como propiciavam um senso de comunidade espiritual entre os primeiros crentes. Mais tarde, as publicações se estenderam para conceder ao ministério leigo oportunidades tradicionalmente limitadas a pastores.

Em 1844, quando o mileritas erroneamente esperavam a segunda vinda de Cristo, os primeiros crentes já haviam distribuído um "surpreendente" número de 8 milhões de peças de literatura, disse Hirle. O editor Joshua Himes, de Boston, Massachusetts, imprimiu livretos sobre o sábado e gráficos ilustrando as profecias de Daniel e Apocalipse, que acompanhavam os sermões de William Miller em pequenas igrejas por todo o nordeste dos EUA.

Mas não foi senão em 1848, após a pioneira e profetisa da Igreja Ellen White ter tido visão de que seu marido, Tiago, devia lançar uma revista que o ministério de publicações adventistas começou para valer.

Na sua visão, White disse que Deus instruiu Tiago a "imprimir um pequeno periódico e enviá-lo para as pessoas”. A despeito das dificuldades financeiras do casal, White disse que lhe fora assegurado que, com fé, a publicação acabaria por ser "como torrentes de luz que circundariam o mundo" ("Life Sketches", pág. 125).

A primeira edição de

A primeira edição de

As primeiras edições de "A Verdade Presente" foram uma plataforma para os líderes da Igreja esclarecerem o que tinha acontecido em 1844, discutir doutrinas emergentes, como as três mensagens angélicas e, acima de tudo, desenvolver a verdade do sábado. De fato, foi o sábado do sétimo dia que levou a Igreja a iniciar a sua primeira editora.

Tiago e Ellen White, entre outros fundadores da IASD, tornaram-se cada vez mais preocupados com que uma revista proclamando o sábado fosse impressa por uma editora que muitas vezes trabalhava no sábado, Hirle lembrou.

Então, em 1853, os adventistas pioneiros voltaram estabelecer uma editora em Nova York. Era uma casa no verdadeiro sentido – os líderes de publicações moravam e trabalhavam juntos numa casa alugada em Rochester. O pioneiro adventista Hiram Edson, que recentemente vendera sua fazenda, emprestou o dinheiro para comprar uma prensa manual. A máquina levou três dias para produzir um exemplar do que era então chamado de "Revista do Segundo Advento e Arauto do Sábado”.

Sem dinheiro para comprar um cortador de papel, é relatado que o pioneiro adventista Urias Smith aparava as arestas de revistas com o seu canivete. Anos depois, Smith escreveu: "Calejávamos as mãos na operação, e muitas vezes os panfletos em forma não eram metade tão verdadeiros e estéticos quanto as doutrinas que ensinavam".

Por 1855, o ministério de publicações da Igreja mudou-se para Battle Creek, Michigan, e Smith, aos 23 anos, estava servindo como redator, um papel que iria manter sob alguma forma ao longo de sua vida.

Ao continuar crescendo o ministério de publicações da Igreja em meados de 1800, o jovem imigrante canadense, King George, desenvolveu a idéia da venda de assinaturas de publicações adventistas. Ele estava à procura de uma nova iniciativa de ministério depois que Tiago White insistiu com ele para explorar uma carreira além do papel tradicional do pastor.

"Tiago pediu-lhe para pregar um sermão. Foi um desastre", historia Hirle. "Então, ele começou a colportagem”.

Os esforços de George King para pregar de casa em casa, em vez de fazê-lo do púlpito, nos EUA e Canadá, ajudaram o adventismo a crescer a nível de uma denominação global. Ao final dos anos da década de 1870, King estava vendendo livros e assinaturas de revistas como "Sinais dos Tempos".

Em 1903, a Igreja Adventista atingia 70 países do mundo. "Em muitos desses lugares, [a Igreja] estabeleceu uma presença porque um colportor a estava levando", registra Hirle.

O missionário adventista Arthur Carscallen estabeleceu a Publicadora Arauto Africano em 1913. Carscallen foi uma das dezenas de líderes da Igreja que ajudaram a expandir o adventismo por todo o mundo através do ministério de publicações.

Uma prensa manual Washington dos primeiros tempos. A máquina levou três dias para produzir um exemplar de

Uma prensa manual Washington dos primeiros tempos. A máquina levou três dias para produzir um exemplar de

Mais tarde, o ministério denominacional de colportagem se expandiu para incluir os primeiros estudantes de colportagem evangelística no princípio da década de 1900. Hoje, mais de 20 mil estudantes adventistas em todo o mundo continuam a dedicar suas férias escolares à venda de livros para ajudar a cobrir os custos de estipêndio escolar e compartilhar a mensagem adventista de esperança.

Assim como a colportagem tem crescido, também o tem o ministério de publicações da Igreja, que ainda permanece no "cerne" do adventismo, acentua Hirle.

Mais recentemente, a Igreja Adventista embarcou numa maciça distribuição mundial de uma adaptação moderna de "O Grande Conflito", livro de Ellen White, que destaca pequenos grupos de pessoas que preservaram uma forma autêntica do cristianismo ao longo da história. Os membros da Igreja por todo o mundo distribuíram 100 milhões de exemplares em 12 meses.

Hirle disse que o redator pioneiro da IASD, Tiago White, que, durante 30 anos de escrita, impressão e estabelecimento de editoras por todo o mundo, muitas vezes, enfrentava dificuldades para encontrar apoio e superar desafios financeiros, provavelmente se surpreenderia ao ver como as publicações agora são amplamente apoiadas na Igreja.

"Se ele pudesse ver as editoras que imprimem num só dia o que ele passava um ano para imprimir, acho que ficaria muito feliz", aduziu.

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