Milhares ouvem o apelo de Wilson para o evangelismo no evento GYC de Orlando

Num sermão, o presidente mundial adventista apela para se combater a mentalidade da "Colina de Marte"

Silver Spring, Maryland, United States | Mark A. Kellner/Adventist Review

Milhares de adventistas do sétimo dia de todos os 50 estados dos EUA e de outros 60 países ouviram um toque de clarim por santidade e dedicação à mensagem central do movimento, na manhã de sábado, 4 de janeiro, durante o clímax do evento "Geração. Juventude. Cristo” (sigla em inglês, GYC ) em Orlando, Florida. O culto da manhã alcançou 6.200 participantes.

"Como jovens adventistas do sétimo dia em serviço a Deus diante dos homens e dos anjos, você é chamado a proclamar a esperança do Advento com a necessidade de reavivamento, arrependimento e reforma, através do poder do Espírito Santo", declarou o Pastor Ted N. C. Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, que, momentos antes, foi nomeado "Presidente dos jovens adventistas" pelo presidente do GYC Justin McNeilus, que se despedia. Sorrindo, Wilson disse que aquele “era um título ainda melhor do que o de presidente da Associação Geral”.

O veterano líder da Igreja ficou em seguida sério em seu chamado para a evangelização pelos jovens da Igreja, muitos dos quais tinham participado de sessões de treinamento sobre evangelismo durante os quatro dias de evento anual do GYC, e haviam participado de um dia de evangelização naquela que é a quinta maior cidade da Flórida, com uma população de cerca de 250.000 habitantes, segundo dados de 2012.

De acordo com oficiais do GYC, 2.800 pessoas participaram da evangelização. Os voluntários bateram em 22.622 portas, deixando 15.517 folhetos e distribuíram 2.238 exemplares de “O Grande Conflito”, além de orarem com 2.089 pessoas, registrando 216 pedidos para sequência de estudos bíblicos.

“Minha primeira experiência do GYC foi ótima porque fizemos evangelização, o que foi uma bênção para mim, porque fui capaz de [alcançar] as pessoas dentro de poucos minutos”, comentou Nishele Adams, estudante de 19 anos da Faculdade Lehman de Nova York.

Mario Sanchez, de 22 anos de idade, de Oakland, Califórnia, acrescentou: “Tem sido ótimo conhecer pessoas de todo o mundo, de diferentes origens, idades diferentes, mas [todos] animados em fazer a obra do Senhor”.

Citando o relato do anúncio de Cristo por Paulo aos intelectuais de Atenas, na Colina de Marte, como registrado em Atos 17, Wilson disse que os adventistas do sétimo dia de hoje estão enfrentando a sua própria “Colina de Marte” quando a sua fé e valores colidem com um mundo cada vez mais secular. Por toda parte vemos a idolatria em plena ação—atitudes egoístas, independentes e pós- modernas que se opõem à Palavra que precisam ser suavizadas por submissão a Cristo”, disse ele. 

Citando a “complacência e apatia espiritual” como uma das quatro principais preocupações que o movimento adventista do sétimo dia enfrenta, Wilson pediu a seus ouvintes para avançarem levando a mensagem da Igreja aos outros como um antídoto.

“O envolvimento conduzido pelo Espírito Santo em sua igreja local e em seu esforço de evangelização à comunidade é a resposta para a apatia”, explicou. “Se quer ser espiritualmente vivo, envolva-se. Se quer uma vida de oração vibrante, envolva-se. Se quiser apreciar a Palavra de Deus mais, envolva-se. Se quer ter um amor mais profundo pelos outros, envolva-se. Se quer ver almas ganhas para Jesus, envolva-se. Se quiser ver Jesus voltar em breve, envolva-se. Junte-se às centenas de milhares de jovens, líderes e membros adventistas do sétimo dia de todo o mundo que estão ativamente envolvidos na missão da Igreja”.

Wilson disse que outra fonte de preocupação é “o perigo desafiador da desunião” dentro do adventismo: “Deus deu aos adventistas do sétimo dia uma organização de Igreja divinamente inspirada e acordos mútuos chamados praxes da Igreja, que, sob a orientação do Espírito Santo, são parte do que nos mantém juntos como uma família mundial. Descartar ou ignorar esses acordos mútuos viola um dever sagrado e cria discórdia desnecessária”, disse ele.

Mas as duas primeiras preocupações de Wilson sobre a denominação tinham por enfoque tanto a auto-identidade de membros com as doutrinas adventistas e um aumento no mundanismo entre os membros da Igreja.

“Muitos têm falhado, seja em reconhecerem ou em terem se esquecido do divino chamado profético que Deus deu a esta Igreja. Há uma tendência crescente em minimizar nossas diferenças com outras denominações. Muito disso vem de uma neutralização da Bíblia como Palavra de Deus”, declarou Wilson.

Mais tarde, ele acrescentou: “Temos uma mensagem de vida e morte para apresentar ao mundo. Os adventistas do sétimo dia foram levantados como Noé para preparar o mundo para as suas horas finais. Estou absolutamente confiante de que, guiados por Jesus e fiéis à nossa herança profética, esse movimento triunfará”.

Sobre o tema do mundanismo, Wilson disse que uma negligência quanto aos conselhos adventistas tradicionais sobre regime alimentar, vestuário e comportamento tem um custo: “Padrões que outrora foram bem acolhidos pelos adventistas do sétimo dia nas áreas de alimentação, vestuário, lazer, diversão e guarda do sábado estão rapidamente se tornando coisas do passado. Quando os membros se adornam como o mundo, vestem-se como o mundo, amam os entretenimentos do mundo, ouvem a música do mundo e se deixam fascinar pelas produções de Hollywood, a espiritualidade genuína é corroída e o diabo faz incursões na alma”, disse ele. 

Wilson acrescentou: “Milhões por todo o mundo estão ansiando por algo diferente. Desejam um cristianismo verdadeiro, autêntico. Nunca iremos alcançá-los comprometendo os nossos padrões ao descer ao seu nível. Devemos ‘erguer o estandarte’. Esta não é hora de flertar com o vestuário, regime alimentar, diversão, e influências diabólicas que prevalecem no mundo”.

E Wilson aduziu em sua mensagem: “Jovens, saiam desta convocação sabendo que Deus chamou a Igreja Adventista do Sétimo Dia como um povo profético para ser um movimento profético com uma mensagem profética e uma missão profética”.

Apesar de observar avanços na divulgação da mensagem adventista e crescimento da Igreja, Wilson disse que estava preocupado com a perda de jovens adultos e outros membros, ao longo do caminho. Para ajudar a manter o jovem adulto adventista ligado à Igreja, ele anunciou que o Departamento de Ministérios da Juventude da Igreja a nível mundial iria “designar um diretor-associado de tempo integral”, dedicado aos ministérios em campus universitários públicos, atingindo adventistas do sétimo dia e interessados ​​na mensagem que frequentam faculdades e universidades não-adventistas.

Antes do culto da manhã, vários líderes adventistas se uniram a Wilson no palco para uma sessão de uma hora de perguntas e respostas para abordar vários temas relacionados com os jovens adultos.

Esse painel da Escola Sabatina incluiu um grupo de líderes adventistas, cada um com uma mensagem para a congregação sobretudo jovem adulta: Mark Finley, um assistente especial de Wilson, bem como o redator das revistas “Adventist Review” e “Adventist World”; James Black, líder de jovens da Divisão Norte-Americana, Bill Knott, redator e redator-executivo da “Adventist Review” e “Adventist World”, e Paul Ratsara, presidente da Divisão África Meridional-Oceano Índico, que falou com emoção da perda de três parentes próximos no ano passado, incluindo sua esposa, Denise, que morreu de câncer em outubro. Foram entrevistados por Israel Ramos, um pastor da Associação de Michigan e o ex-presidente da GYC, Justin McNeilus, que presidiu o GYC durante os últimos seis anos, e Natasha Nebblett, novo presidente do GYC.

Questionado sobre qual a mensagem que tinha para os jovens, Wilson disse: “Envolva-se em sua igreja local. Seja uma parte do que está acontecendo. Não basta ter atitude indiferente e sentar-se num canto”.

O executivo da Igreja concluiu com uma declaração da co-fundadora da Igreja, Ellen G. White: “Débil e defeituosa como possa parecer, a Igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção” (Atos dos Apóstolos, pág. 12).

Reportagem adicional de Mark Paden

 

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