35.000 jovens participam do Campori de Desbravadores no Brasil

Evento atrai visitantes de 12 nações, promove vida cristã

Barretos, São Paulo, Brazil | Mark A. Kellner, Adventist World, with Felipe Lemos and Deborah Calixto, ASN

Um recorde de 35.000 jovens, principalmente adventistas do sétimo dia, vindos de 12 nações, se reuniram em Barretos, no Estado de São Paulo, entre 7 e 12 de janeiro para o Quarto Campori Sul-Americano de Desbravadores, um encontro de jovens que promove a vida cristã e serviço à comunidade.

O Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, saudou formalmente os participantes, que vieram de países da América do Sul, América do Norte, Europa, África e Ásia.

O Campori de Desbravadores de mil clubes é um dos maiores projetos mundiais de apoio espiritual, social e educacional para crianças e jovens. Ao longo do ano, cerca de 150.000 crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos se reúnem aos sábados e domingos para aprender dezenas de habilidades, que vão desde a forma de aplicar primeiros socorros a alguém ferido ou como sobreviver no deserto, e cuidar do meio ambiente.

A cidade de Barretos, Estado de São Paulo, recebeu 850 ônibus que transportaram os participantes predominantemente das Américas, mas alguns também após terem viajado da Ásia e Europa. Estima-se que 800 salas de jantar foram designadas para alimentar os participantes

O Campori também ostentava um museu exibindo a história dos desbravadores, um shopping center, um supermercado, padaria, lanchonete, polícia e postos de bombeiros, e pelo menos 500 pessoas encarregadas da segurança e trânsito interno.

“É uma enorme estrutura para garantir a segurança para todos os participantes”, disse Udolcy Zukowski, coordenador geral do evento. “Realizamos este tipo de evento uma vez a cada 10 anos, por causa da logística [envolvida]. Desbravadores é um projeto em andamento: a cada sábado e domingo, os clubes reúnem crianças e adolescentes para ajudá-los a não se envolverem em atividades negativas, como drogas ou crime. Ensinamos valores que esperamos que venham a permanecer em suas vidas”.

E enquanto a “cidade” dos desbravadores no “Parque do Cauboi” em Barretos, era um centro de atividade e diversão da juventude, nem tudo centralizou-se em recreação. O serviço comunitário e de extensão fez parte importante do evento também.

Num único dia, Desbravadores visitaram 40.000 casas em Barretos, fornecendo informações sobre como proteger as crianças de abusos, bem como um informativo “volante” sobre a prevenção da dengue. No dia seguinte, 40 mil exemplares de “A Única Esperança”, um livro evangelístico escrito pelo pastor adventista do sétimo dia, Alejandro Bullón, foram distribuídos gratuitamente.

Na sexta-feira, 10 de janeiro, os moradores locais receberam um DVD com imagens de Israel, Turquia, Grécia e Roma e uma mensagem especial da Bíblia sobre o que aconteceu nesses lugares históricos.

Nas tardes de 8 a 10 de janeiro, uma Feira da Saúde ocorreu em três locais em Barretos, onde profissionais de saúde e alto-falantes ofereciam conselhos sobre oito remédios naturais e seu uso para alcançar a saúde. Materiais especiais para a saúde das mulheres também foram oferecidos nesses locais.

Uma característica única do Quarto Campori Sul-Americano de Desbravadores foi o seu esforço por incluir pessoas com deficiências. Natalia Paola Blanco tem 22 anos e pertence ao Clube de Desbravadores Ebenezer, localizado no noroeste da Argentina. Ela tem síndrome de Down. “A abertura foi linda”, disse. Sua mãe, Elva Blanco, destacou que o contato com o clube tem contribuído grandemente para o desenvolvimento social, comunicação e aprendizagem de sua filha. É também uma oportunidade para os jovens adventistas aprenderem uma lição sobre igualdade e participação social.

Elias Santos, de 19 anos, é do clube de Desbravadores Cinco Oceanos, de uma cidade da Bahia, e é deficiente. Para ele, participar do evento é a realização de um sonho. “Eu participo de todas as atividades do clube e os caras nunca me desrespeitaram”, disse ele.

Um amigo de infância de Elias, Diego Barreto, disse que a amizade encontrada no clube sem dúvida influenciou Elias a superar as lesões em sua perna esquerda. Diego disse que Elias “uniu -se ao clube e, em seguida, sofreu o acidente. Mas os Desbravadores o acolheram porque para nós ele não é deficiente. Além disso, ainda joga bola com a gente, e melhor do que eu!”

Como Elias, Leonardo Fontan, que se uniu ao Clube de Desbravadores Villa Luzuriaga Herederos há três anos, também tem uma deficiência física e participou do Campori. “Eu gosto de acampar, participar de eventos e ajudar as pessoas”, explicou. Em 14 de dezembro de 2013, três semanas antes do Campori, Fontan decidiu expressar publicamente a sua decisão de seguir a Cristo por meio do batismo, resultado de seu envolvimento com os Desbravadores.

Além dos acampantes que estavam no terreno, um outro grupo significativo também participou do evento, mas numa outra dimensão: o Campori Virtual, com transmissões ao vivo da programação e interação via redes sociais.

Uma versão virtual não foi algo planejado pela equipe de comunicação que coordenou as atividades. Rogério Ferraz, gerente de estratégias digitais da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, disse que a idéia surgiu espontaneamente através dos desbravadores que estavam participando da transmissão virtual. “O objetivo inicial era levar aos desbravadores o que estava acontecendo aqui para os que não puderam vir, a fim de que pudessem ter uma noção do que se passava e para compartilhar um pouco também”, disse ele.

Dois grupos foram criados no Facebook pelos acampantes virtuais, “# CampanhaTrunfoParaOsInternautas” e “eu não fui, mas eu estou lá# CamporiDSA” Os grupos operaram juntamente com os webcasts oficiais no site da CamporiDSA.

“Eu estava assistindo o chat da CamporiTV, e muitos [pessoas online] estavam tristes por não terem sido capazes de ir para o programa. Como eu não gosto de ver ninguém triste, tive a idéia de criar o grupo, para que todos se sentissem motivados e felizes”, disse o Desbravador Henry Santos, de Porto Seguro, Bahia, que criou o grupo no Facebook com a hashtag #CampanhaTrunfoParaOsInternautas.

Por estarem tão ligados ao que estava acontecendo, os participantes on-line começaram também se sentir parte do Campori, e queriam ganhar um prêmio por sua participação.

“Por isso, criamos a idéia de um Campori Virtual e começamos a estabelecer certos requisitos para que pudessem completar para ganhar um prêmio, algo que demonstrasse que estavam realmente participando na programação do dia- a-dia, observando e interagindo. Cumprindo esses requisitos, poderão ganhar o prêmio”, disse Ferraz.

E não foram só os desbravadores que estavam em Barretos que ouviram as mensagens do pastor Odailson Fonseca, palestrante do evento. Espectadores a milhares de quilômetros de distância também sentiram-se como parte do convite para o “Encontro programado na eternidade”. “Não fui para o Campori IV, mas estou conectada à CamporiTV... Eu também tenho um compromisso com Jesus... ‪ # # camporiDSA campanhaTrunfoParaOsInternautas” foi postado por Ana Leticia, do Maranhão, no Facebook. 

O alcance da Internet teve suas conseqüências, disse Ferraz. Uma jovem que tinha planejado participar do Campori mas desistiu na última hora, viu a programação on-line e enviou uma mensagem dizendo que iria voltar para a igreja. Outro sinal de sucesso: 680 registros online para o prêmio de mérito dos participantes virtuais.

Ao todo, foram 337 mil visitas de conteúdo do Campori por 80.000 pessoas em 97 países, relataram oficiais da programação. 

 

 

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