Negros vegetarianos têm menor risco de doença cardíaca, diz estudo ‘Adventist Health’

Pesquisa faz parte do estudo em curso sobre adventistas financiado pelos NIH

Loma Linda, California, United States | ANN staff

Entre mais de 26.000 negros adventistas do sétimo dia, aqueles que são vegetarianos têm menor risco de doença cardíaca, em comparação com os seus homólogos que comem carne, de acordo com os resultados de um novo Estudo de Saúde da Universidade Loma Linda. 

O estudo, disponível on-line agora na revista ‘Public Health Nutrition’ [Nutrição e Saúde Pública], comparou os fatores de risco cardiovascular entre vegetarianos e não-vegetarianos negros que fazem parte da pesquisa 'Loma Linda University Adventist Health Study-2 (AHS-2). 

O AHS-2, financiado pelos National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, é uma pesquisa de longa duração de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Norte com enfoque sobre nutrição, estilo de vida e resultados em saúde. Os pesquisadores disseram que os adventistas do sétimo dia são objeto de estudo bastante único porque têm uma grande variedade de hábitos alimentares, mas, em geral, apresentam um percentual muito baixo de consumo de cigarro e álcool ou fatores não-alimentares que, de outra forma, afetariam o impacto do estudo. 

Os novos resultados mostram uma hierarquia de benefícios recebidos pelos participantes negros no estudo com base em seus hábitos alimentares: vegans (aqueles que se abstêm completamente de carne e seus derivados) e lacto-vegetarianos (que consomem ovos e laticínios) foram os de menor risco de doença cardiovascular; seguidos pelo semi-vegetarianos (que raramente comem carne); ictovegetarianos (que comem peixe); e, por último, os não-vegetarianos.

Os resultados do estudo mostram que, em comparação com os seus homólogos não-vegetarianos, os negros adventistas vegetarianos apresentavam menores riscos de hipertensão, diabetes, pressão arterial alta, colesterol total e colesterol LDL elevado. O estudo foi uma análise de cruzamento de dados e não estabelece conclusivamente a causa. 

No futuro, o estudo envolvendo indivíduos negros também planeja considerar diretamente a experiência de doenças cardíacas ao invés de fatores de risco para doenças cardíacas.

Patti Herring, professora-associada da Escola de Saúde Pública da Universidade Loma Linda e uma das pesquisadoras desse estudo, disse que “algumas conclusões para adventistas negros são promissoras e estamos ansiosos por comparar a saúde do adventista negro com a da população negra em geral. Ao fazê-lo, suspeitamos que a saúde do negro adventista se comprovará melhor em muitos aspectos do que os da população em geral, especialmente para os vegetarianos”.

“Há um crescente corpo de evidência de que regimes vegetarianos reduzem o risco de doenças cardiovasculares e outras doenças”, disse ela, observando que o AHS-2 é um dos poucos estudos que contam com um número bem grande de participantes negros, o que é significativo porque geralmente são os que revelam resultados de saúde mais pobres entre as populações minoritárias.

Constatações periódicas do estudo AHS-2 em curso têm sido previamente divulgados por grandes agências internacionais de notícias. No ano passado, um periódico da Associação Médica Americana relatou resultados do AHS-2 indicando que os vegetarianos experimentaram 12 por cento menos mortes ao longo de um período de investigação de seis anos.

 

 

arrow-bracket-rightComentárioscontact