Vice-presidente adventista impressiona conferência de saúde com 50 flexões

Baker se une ao ex-médico do presidente Obama e outros oradores em exortar os participantes a ‘pôr em ação o que se fala’

Geneva, Switzerland | Andrew McChesney/Adventist Review

Um oficial adventista desafiou 1.150 pessoas numa conferência de saúde em Genebra, Suíça, na quarta-feira, a avaliarem seus próprios hábitos alimentares e de exercício—e então praticou o que ele pregava através da realização de um vigoroso exercício no palco.
 
Delbert Baker, vice-presidente da Igreja Adventista a nível mundial, juntou-se ao ex-médico do presidente dos EUA, Barack Obama e o presidente de uma grande empresa australiana de alimentos para dizer aos participantes que as boas práticas de saúde começavam com eles mesmos, e só então poderiam efetivamente compartilhar princípios aprendidos na conferência com os outros. “As ovelhas de seu rebanho querem ver você praticar o que está falando”, disse Baker.
 
Baker, vestido com calças esportivas pretas e tênis, enfatizou o seu ponto deixando-se cair no chão, rapidamente fazendo 50 flexões, recebendo aplausos da plateia atônita. Também fez outros exercícios de flexão e alongamento, que, segundo ele, poderiam ser facilmente realizados no quarto do hotel suíço em que os participantes estavam hospedados.
 
A chamada para o exercício ocorre um dia após a Conferência Mundial sobre Saúde e Estilo de Vida, sendo aberta com líderes de saúde reconhecidos internacionalmente alertando sobre uma crescente epidemia de doenças não-comunicativas causada por estilos de vida inativos e regimes alimentares pobres. A conferência de uma semana tem como objetivo capacitar os participantes a cuidar do bem-estar físico e espiritual das pessoas em seus países de origem.
 
“Saia do sofá”
 
Baker, que correu maratonas em todos os sete continentes, incluindo a Antártica, fazia exercícios no palco enquanto sua esposa, Susan, uma fisioterapeuta, subia ao púlpito para encorajar o público a se comprometer com o exercício regular. Susan Baker reconheceu que o compromisso pode parecer assustador para alguns. “No passado, tornamos o conceito de exercício algo muito difícil para a maioria das pessoas”, disse ela. Mas pode-se começar por estabelecer a atividade em suas rotinas diárias, como caminhar para um destino em vez de dirigir, comentou. Também instou em que se tenha criatividade em encontrar diferentes maneiras de exerceitar-se.  “O mais importante é seguir em seu próprio ritmo”, explicou.
 
Delbert Baker disse que os cristãos têm um mandato do céu para cuidar de sua saúde, e leu 1 Coríntios 6:19, 20, que insta os crentes a glorificarem a Deus “no vosso corpo e no vosso espírito, que é de Deus”.
 
Baker apresentou pesquisas que indicam que o exercício pode adicionar 18 meses a três anos à vida de uma pessoa. Mas disse também, com pequenas gotas de suor se agarrando à testa: “Você tem que começar, tem que sair do sofá.”
 
Profissionais da saúde devem ser ensinados
 
O apelo de Baker aos participantes para “pôr em prática o que falam” foi ecoada por Jeffrey Kuhlman, que trabalhou como médico pessoal do presidente Obama de 2009 a 2013. Kuhlman, vice-presidente do Hospital da Flórida, de propriedade da Igreja Adventista, num discurso ao plenário declarou que mesmo os médicos e enfermeiros que tratam de pacientes devem ser ensinados a cuidar de si mesmos. Por essa razão, o sistema do Hospital Flórida, de 2.247 leitos, que trata mais pacientes do que qualquer outro hospital nos EUA, oferece treinamento de bem-estar pessoal a seus 17.600 funcionários, disse. “Você não pode ajudar outros a viverem uma vida saudável a menos que acredita nisso”, afirmou.
 
Sanitarium Foods, fabricante adventista de alimentos saudáveis para o desjejum ​​e produtos de soja, na Austrália, também promove o bem-estar entre o seu pessoal, e é um líder nacional reconhecida pelo seu programa chamado a Vitalidade Funciona, comentou o seu presidente, Kevin Jackson. Ele contou que o programa, criado inicialmente para 2.000 funcionários da empresa, tinha-se demonstrado tão popular que foi introduzido no Banco Central do país, em serviços prisionais e de bombeiros, bem como em companhias aéreas e empresas de mineração. “Vemos isso como parte do nosso trabalho como uma empresa afiliada com a Igreja Adventista”, comentou em entrevista à margem da conferência.
 
Participantes consideram estilos de vida saudáveis
 
Alguns participantes da conferência já estão reavaliando seus estilos de vida no momento em que as apresentações foram interrompidas para o almoço. “O exercício tem sido um desafio para mim por causa de dores nas costas”, disse Charity Ndongo, que supervisiona os departamentos de Ministério das Mulheres, Crianças, e de Saúde para Associação de Lusaka, na Zâmbia. “Estou em prejuízo. Não sei o que fazer. Talvez eu deva consultar um médico”.
 
Ela falava ao compartilhar um almoço de sanduíches e frutas com Abia Chimpinde Jishinda, diretora de Ministérios de Saúde e coordenadora de HIV/AIDS na Associação Copperbelt da Zâmbia. Jishinda disse que já realizava caminhadas rápidas, mas agora planeja começar a fazer abdominais e flexões. “Creio que não estou fazendo o suficiente”, admitiu. Mas acrescentou que tinha de ter cuidado por sofrer de diabetes.
 
Exame de consciência sobre a carne
 
A delegação de 49 membros da Divisão Euro-Asiática, que inclui a Rússia, tinha muito o que pensar, depois de dois dias de apresentações respaldadas em ciência sobre os benefícios de refeições sem carne. Muitos adventistas não são vegetarianos nessa parte do mundo, e paira algum ressentimento quanto a regime alimentar depois de ter sido incorretamente equiparado com a salvação em anos passados, disse Nadezhda Ivanova, diretora de Ministérios de Saúde para a Divisão Euro-Asiática. “Não há muitos vegetarianos no nosso grupo. A maioria come carne, e luta por carne”, ela disse rindo.
 
Ivanova, uma adventista russa de quarta geração é vegetariana ao longo da vida, e disse que espera que a conferência conduza a um sério exame de consciência. “Não quero que decidam ser vegetarianos porque são adventistas ou porque querem que outras pessoas vejam que são vegetarianos”, disse ela. “Deve ser porque percebem que Deus está oferecendo um regime melhor.”


arrow-bracket-rightComentárioscontact