Adventistas celebram liberdade religiosa em Papua Nova Guiné

IRLA abre filial e recebe subsídio do governo para ajudar a manter essa liberdade

Port Moresby, Papua New Guinea | James D. Standish/Adventist Review staff

Milhares de pessoas de várias denominações cristãs marcharam na capital de Papua Nova Guiné na sexta-feira numa celebração da liberdade religiosa que desfrutam naquela  nação insular do Pacífico Sul, organizada pelos adventistas. 

A marcha se deu como conclusão de um grande simpósio sobre liberdade religiosa, organizado pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa, afiliada à Igreja Adventista, no campus da Universidade Adventista do Pacífico e com a participação de funcionários do governo e líderes de uma série de denominações religiosas. 

Leigh Rice, presidente da Igreja Adventista na Papua Nova Guiné, disse que os adventistas que participaram da marcha estavam dizendo “obrigado” pela liberdade que não tomam por assentado.  “Sabemos que muitos dos nossos membros em todo o mundo vivem sob enorme pressão”, disse Rice num evento público após a marcha em Port Moresby. “Que bom que esta nação concede liberdade para nós, e não apenas para nós, mas para uma ampla gama de práticas religiosas”. 

Victor Roche, clérigo católico-romano, comparou Papua Nova Guiné com outros países que deparam violência religiosa e ilustrou sua exposição mencionando os 28 cristãos, incluindo pelo menos oito adventistas, que foram mortos por extremistas islâmicos no Quênia no mês passado. “Devemos ser gratos”, disse Roche, secretário-geral da Conferência de Bispos Católicos naquela nação, à multidão. “Na PNG, se você quer adorar no domingo, podemos. Se queremos adorar no sábado, podemos. Se somos muçulmanos e queremos adorar na sexta-feira, podemos”.

Ele apelou à multidão para rezar para que essa liberdade continue inabalável. 

A Associação Internacional de Liberdade Religiosa, ou IRLA, pretende desempenhar um papel em garantir que tal liberdade, abrindo uma filial local. O governo da Papua Nova Guiné está concedendo à nova filial uma verba de 10.000 kina (U$ 3.900) para ajudá-la a começar. 

“Precisamos ampliar o movimento de liberdade religiosa em PNG”, declarou Delilah Gore, ministra de Papua Nova Guiné para comunidade, juventude e religião, ao anunciar a concessão durante o simpósio religioso na quinta-feira. “Ainda que PNG seja uma nação predominantemente cristã, temos religiões não-cristãs vindo para cá. Uma nova filial da IRLA nos ajudará de forma pacífica e sustentável na nossa crescente diversidade religiosa”.

A filial será coordenada por Gibbs Selika, vice-chefe de justiça da Suprema Corte do país, que é adventista do sétimo dia. Ele disse que estava ansioso por aprender com as outras filiais da IRLA em todo o mundo. “Podemos aprender uns com os outros, e juntos seremos fortes”, disse Sir Selika.

John Graz, presidente da IRLA e diretor de liberdade religiosa na sede mundial da Igreja Adventista, disse que a promoção da liberdade religiosa através de fortes filiais nacionais era vital na resposta a um crescimento do extremismo religioso violento e outras restrições à fé. “Esperamos que este primeiro escritório filial, no Pacífico Sul seja o primeiro de muitos na região”, disse Graz.

Bienvenido V. Tejano, embaixador das Filipinas em Papua Nova Guiné, falou entusiasticamente na concentração da sexta-feira sobre o avanço da liberdade religiosa em seu próprio país, após Graz ter sugerido uma filial filipina da IRLA. Os estudantes eram impedidos de fazer exames nacionais em qualquer outro dia que não fosse o sábado, na época, e a filial da IRLA visava a mudar isso.  “Os estudantes hoje têm a oportunidade de fazer os exames em um dia que não viole a sua consciência”, disse Tejano”. Esta é a diferença prática que a liberdade religiosa opera”.

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