West-Central Africa

Em Serra Leoa, a ADRA descontamina casas para deter a propagação da febre ebola

A substituição de colchões confiscados recebe alto nível de cooperação

Freetown, Sierra Leone | ADRA staff

A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) de Serra Leoa está ajudando a implementar um programa de descontaminação para evitar a propagação da febre ebola, numa iniciativa que dirigentes da agência declaram ser única no país.
 
Equipes de descontaminação estão pulverizando casas e substituindo colchões e roupa de cama infectados nos arredores de Freetown, a capital desse país do oeste africano.  “É onde há um número de famílias amontoadas em pequenos apartamentos e casas muito pequenas. É onde ocorrem muitas infecções”, disse Gabriel Dankyi, coordenador do programa Resposta à Ebola  da ADRA de Serra Leoa.
 
Vários moradores disseram às equipes de descontaminação da ADRA que teriam de dormir no chão se tivessem seus colchões confiscados. Em algumas áreas, o governo enviou equipes para confiscar colchões sem substituí-los, disse Dankyi.
 
Dirigentes da ADRA disseram que muitas vítimas de Ebola escondem sua roupa de cama das equipes de descontaminação para as continuarem usando, o que abre a possibilidade de reinfecção. “Agora estão ávidos para se livrarem da roupa contaminada, porque sabem que vão ser substituídas”, disse Dankyi. “Isso teve um impacto significativo sobre a população, e continuam a nos expressar sua gratidão”. E acrescentou: “No início, as pessoas pensavam em custos. O custo por si só não é o suficiente. O impacto exercido é digno de ser imitado”.
 
A ADRA de Serra Leoa descontaminou quase mil casas desde novembro. A agência está levando avante o programa em conjunto com a ONG Plano de Serra Leoa.
 
O vírus Ebola, que é facilmente transmitido através do contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada, também pode ser transmitido através do contato com roupas de cama ou superfícies infectadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 8.600 pessoas morreram em decorrência do vírus desde o começo do surto no ano passado, 3.145 deles em Serra Leoa.
 
Doze equipes de cinco pessoas têm dois dispositivos de desinfecção, dois pulverizadores e um motorista. Os encarregados de entrar nas casas fumigam paredes e superfícies e removem os materiais infectados. Os fumigadores utilizam equipamentos de proteção especial e uma mochila para pulverizar solução de cloro para desinfetar o local assim que terminam o seu trabalho. Materiais infectados, como colchões, roupas de cama, lençóis ou redes, são levados para um aterro designado sob responsabilidade da ADRA e militares da Grã-Bretanha e Serra Leoa.
 
As equipes de descontaminação são compostos por estudantes universitários, recém-formados e alguns alunos do ensino médio. “Até agora, não houve nenhum caso de infecção entre aqueles que participaram do programa. Estão tomando as precauções”, disse Dankyi.
 
O Centro Nacional de Resposta contra Ebola de Serra Leoa opera uma linha direta para os doentes, e transmite as informações para o centro de descontaminação, que mobiliza as equipes até as casas. Se necessário, o centro pode começar por enviar uma ambulância para apanhar corpos ou evacuar os doentes para centros de tratamento de ebola designados.
 
A ADRA Internacional é o braço humanitário da Igreja Adventista, e está presente em mais de cento e trinta países.

 

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