Adventistas no Sudão do Sul instados a serem embaixadores da paz

Presidente mundial da Igreja Adventista, Wilson, incentiva 23.000 crentes locais durante uma visita

Andrew McChesney/Adventist Review | Silver Spring, Maryland, United States

O presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ted N. C. Wilson, incentivou os adventistas a serem embaixadores da reconciliação e da paz no Sudão do Sul, onde um conflito de um ano fez com que 2 milhões de pessoas abandonassem suas casas, o que levou à criação de um grande programa da ADRA (sigla da Agência Adventista de Desevolvimento e Recursos Assistanciais).
 
Wilson falou durante uma visita de dois dias ao país mais jovem do mundo, que obteve independência do Sudão em 2011. Ele está em uma turnê por sete países, que começou na Índia e Tanzânia e irá rumar para Ruanda na terça-feira.
 
Wilson recebeu as boas-vindas na capital do país, Juba, por um desfile de centenas de animados desbravadores e outros membros da Igreja. As mulheres envolvidas com os Ministérios da Mulher da região se expressaram num som estridente, como usado para cumprimentar os convidados. A multidão com roupas coloridas marchou do centro da cidade a um edifício que abriga a sede local da Igreja Adventista sob temperaturas próximas de 45,5 graus Celsius.
 
Wilson disse à multidão que viera especialmente para que se sentissem como parte da família mundial adventista do sétimo dia. “Não queremos que se sintam separados e à parte”, disse Wilson por e-mail. “Eles são tão felizes por fazerem parte da grande família de Deus: um povo maravilhoso, amigável, e fiel”.
 
Wilson também assinalou 2 Coríntios 5, onde Paulo diz que os crentes são “embaixadores de Cristo” e fala de como Deus “nos deu o ministério da reconciliação”. Disse Wilson que compartilhou com eles “a necessidade de serem embaixadores da reconciliação e da paz no Sudão do Sul para trazer a paz para o país”. Ele fez comentários semelhantes numa entrevista segunda-feira na estação 94,0 Salvation, emissora de rádio FM de propriedade da Igreja Adventista em Juba.
 
O Sudão do Sul está mergulhado em conflito interétnico desde dezembro de 2013. O presidente do país e seu rival chegaram a um acordo de partilha de poder no mês passado, mas os termos ainda não foram determinados.
 
Das 2 milhões de pessoas que fugiram de suas casas durante o ano passado, 1,5 milhão permanece deslocada no Sudão do Sul e as demais procuraram refúgio nos países vizinhos, segundo dados da ONU. Um alto oficial da ONU, Valerie Amos, advertiu durante uma visita a Juba na segunda-feira que 2,5 milhões de pessoas precisam urgentemente de ajuda alimentar.
 
A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais tem em curso atividades relacionadas com saúde no Sudão do Sul. Por causa do conflito, fez parceria com a Organização das Nações Unidas para fornecer suprimentos emergenciais de alimentos para as pessoas deslocadas internamente, informou Imad Madanat, vice-presidente de programas da ADRA Internacional. “A estação chuvosa tornou quase impossível acessar aldeias remotas com o abastecimento de alimentos e cuidados de saúde de emergência”, disse Madanat por e-mail. “A situação no Sudão do Sul ainda é terrível, e estamos nos esforçando para alcançar o maior número de pessoas deslocadas internamente quanto pudermos”.
 
A ADRA tem 350 funcionários que atendem a 372 mil pessoas com vários programas, incluindo de alimentação, disse Wilson. Outros 50 funcionários serão adicionados em breve. “Eles são, provavelmente, o maior programa da ADRA no mundo”, disse Wilson depois de participar de uma reunião especial da ADRA na segunda-feira.
 
Não está claro quantas pessoas vivem no Sudão do Sul, com estimativas flutuando entre 8 milhões e 11 milhões.
 
A Igreja Adventista no Sudão do Sul tem 23.000 membros adorando em 59 igrejas e 166 grupos.
 
Na estação de rádio 94,0 Salvation FM, Wilson mencionou uma cerimônia de lançamento de pedra fundamental para um novo centro de mídia que irá um estúdio provisório utilizado pela estação de rádio. Ele também participou da inauguração de novas casas de hóspedes do conjunto de edifícios da sede adventista—é difícil encontrar na cidade alojamento decente—e lançamento de pedra fundamental para uma nova igreja que acolherá 4.000 pessoas.
 

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