Resposta da Igreja Adventista à febre ebola destaca esforço coordenado

Iniciativas enfocam impacto clínico, comunitário

Silver Spring, Maryland, United States | Ansel Oliver/ANN

A resposta coordenada da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a crise da febre ebola na África Ocidental inclui projetos de erradicação nos países afetados da Libéria e Serra Leoa, bem como suporte para vários hospitais e mais de duas dezenas de escolas, na maioria ainda fechadas.
 
Apoio veio de toda a rede internacional da denominação, incluindo sua sede mundial, Departamento de Ministérios da Saúde, Universidade Loma Linda, Adventist Health International, Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), Esperança para a Humanidade, bem como escolas, hospitais, igrejas e doadores individuais.
 
Em dezembro, a ADRA estabeleceu uma posição para coordenar os esforços de resposta entre entidades adventistas a nível mundial. “A ADRA e outras entidades adventistas não têm trabalhado juntas nessa base, mas nunca houve uma crise como a da ebola antes”, disse Elizabeth Foulkes, coordenadora da Resposta à Ebola da ADRA. “Obviamente, todos juntos podemos fazer mais do que todo mundo sozinho”.
 
“A Igreja Adventista em particular, como uma igreja global com congregações e instituições ao redor do mundo, tem certa vantagem sobre as outras [organizações não governamentais], porque quase em qualquer lugar que você vá já existem pessoas disponíveis, sejam eles de igrejas, Divisões, Uniões, Associações, Missões, escolas, hospitais ou da ADRA “, disse Foulkes. “As contribuições estão fazendo a diferença nas áreas”, acrescentou ela.
 
Esta semana, representantes da ADRA Internacional, Adventist Health International, e da equipe de Saúde Comportamental e Trauma da Universidade Loma Linda, Califórnia, EUA, se reuniram em Loma Linda para discutir como podiam trabalhar melhor em conjunto para responder à crise ebola e emergências futuras.
 
A resposta clínica oferece atendimento aos pacientes de ebola e outros

Em Serra Leoa, a ADRA está gerenciando equipes de descontaminação para pulverizar residências e substituir colchões infectados e roupas de cama em bairros da periferia de Freetown, capital do país.
 
O Hospital Adventista de Waterloo em Serra Leoa continua a operar como um centro de tratamento para ebola com o apoio da Organização Mundial de Saúde e da Brigada Médica Cubana, de acordo com um recente Relatório da Situação da Ebola, da ADRA.
 
O Hospital Waterloo está precisando de grandes reparos de encanamento, devido aos efeitos do cloro usado para desinfetar as instalações. O hospital também está precisando de roupas para os pacientes, já que os pacientes de ebola devem entregar suas roupas para serem queimadas. O hospital teve de dispensar alguns sobreviventes da ebola em higienizações clínicas.
 
Uma proposta de rede ADRA está sendo elaborado para atender às necessidades em Waterloo. Na Libéria, o Hospital Adventista Cooper foi fechado em quarentena durante um mês do ano passado, depois que dois membros da equipe contraíram a ebola. Desde então, foi reaberto e é um dos poucos hospitais operacionais na região para servir como um centro de tratamento, excluída a ebola, disse Gaede.
 
Vários voluntários médicos baseados nos Estados Unidos têm servido durante períodos de vários meses de trabalho no Cooper.
 
A ADRA Canadá e ADRA Reino Unido estão apoiando o Hospital Masanga no distrito Tonkolili de Serra Leoa. O hospital está usando tecnologia de jogos de realidade virtual para ensinar os protocolos de segurança para lidar com a ebola, como o uso de equipamentos de proteção e procedimentos de sepultamento.
 
Cerca de 23.253 pessoas foram infectadas e cerca de 9.380 pessoas morreram de ebola desde a eclosão em março passado, de acordo com uma atualização de 18 de fevereiro da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Um representante da OMS na semana passada enfatizou que os esforços de contenção são cruciais durante o próximo mês, a fim de permanecer à frente da estação chuvosa. “Se não pudermos reduzir substancialmente a extensão geográfica deste surto dentro dos próximos dois meses, antes da estação chuvosa começar no final de março ou abril, estaremos numa situação particularmente difícil”, escreveu o representante especial da OMS para a Resposta à Ebola, Bruce Aylward, num blog da ONU na semana passada.
 
A febre ebola é transmitida através do contato direto com fluidos corporais e tecidos de uma pessoa infectada. Correm maior risco os profissionais de saúde e familiares que cuidam de alguém infectado com o vírus, de acordo com a OMS. Casos de fatalidade variam de 25 a 90 por cento, dependendo da quantidade de tratamento disponíveis.
 
Os líderes adventistas de saúde exortaram os membros a não esquecer a epidemia persistente que ainda causa estragos na África Ocidental, apesar de declínio em cobertura noticiosa. “Mesmo que seja tão longe, o contínuo interesse pela epidemia de ebola leva as pessoas a se unirem para ajudar aqueles em necessidade”, disse Donn Gaede, secretário da Adventist Health International, que supervisiona os hospitais em Serra Leoa e na Libéria.
 
A ADRA também está implementando programas de segurança alimentar e outras iniciativas que irão ajudar outras pessoas que estão indiretamente afetadas pelo ebola. A ADRA tem parceria com o Programa Mundial de Alimentos para distribuir alimentos em diversos municípios na Libéria.
 
Escolas adventistas se preparam para abrir
 
Muitas escolas na Libéria retomaram as operações segunda-feira após um fechamento de sete meses devido ao vírus ebola, mas a maioria das escolas adventistas permaneceu fechada porque faltam necessárias estações de lavagem e cloro como requeridas.
 
De 24 escolas da Igreja Adventista na Libéria, apenas uma abriu segunda-feira, disse Theresa Dweh Sheriff, diretora de Educação da Associação do Sudoeste da Libéria, da Igreja Adventista, com sede em Monrovia.
 
Sheriff disse que as escolas poderiam reabrir se tivessem baldes de saneamento adequados e cloro para os alunos lavarem as mãos antes de entrarem nas salas de aula e delas saírem. Os funcionários também devem ser treinados sobre as medidas preventivas.
 
As 24 escolas adventistas contam com 7.600 estudantes de inscrição completa, disse ela. Sheriff disse que até 90 por cento dos estudantes em muitas das escolas da Igreja não são adventistas. As escolas adventistas também irão em breve receber uma remessa de alimentos da ONG Stop Hunger Now, que irá fornecer refeições escolares aos alunos por aproximadamente dois meses.

Grupos de todo o apoio mundo 

Muitas escolas e igrejas ao redor do mundo têm realizado concertos beneficentes e outros programas de levantamento de fundos para combater a ebola. No próximo mês, o clube de estilo de vida numa igreja adventista em Mysen, Noruega, vai sediar uma corrida divertida patrocinada. Espera-se a participação de cerca de 100 pessoas.
 
“[O clube] veio com a ideia de apoiar a ADRA e solicitou um projeto de saúde. Nós na ADRA imediatamente pensamos sobre o trabalho da ADRA para evitar a ebola e o próximo projeto de rede em Serra Leoa”, disse Britt Celine, um oficial de programa da ADRA Noruega.

 

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