Dieta Vegetariana Reduz Risco de Certos Cânceres, Descobre Estudo Adventista

Pesquisadores da Universidade de Loma Linda dizem que os vegetarianos têm 22 por cento menos probabilidade de desenvolver câncer colorretal

Silver Spring, Maryland, United States | Andrew McChesney/Adventist Review

Uma dieta vegetariana pode reduzir o risco de certos tipos de câncer em 22 por cento, de acordo com uma nova análise do Estudo Adventista de Saúde-2.

Pesquisadores da Universidade Loma Linda descobriram que uma dieta baseada em vegetais oferece proteção significativa contra o câncer de cólon e reto, a segunda principal causa de morte por câncer nos Estados Unidos, depois do câncer de pulmão.

Os resultados, publicados online na publicação JAMA Internal Medicine desta semana, são os primeiros a vir a público da pesquisa Adventist Health Study-2 [Saúde Adventista, Estudo-2], de muitos milhões de dólares, da Universidade Loma Linda, que relaciona regime alimentar com formas específicas de câncer. 

“O balanço de evidências científicas parece implicar carne vermelha e carne processada como estando ligadas a um maior risco de câncer colorretal, enquanto uma dieta rica em fibras--não suplementos de fibra--se liga a um menor risco”, Dr. Michael Orlich, pesquisador principal do estudo, disse terça-feira. “Os vegans, lacto-vegetarianos, e pescovegetarianos em nosso estudo evitam todos a carne vermelha e processada e comem uma maior quantidade de uma variedade de alimentos vegetais integrais”. 

O estudo, que acompanhou os questionários sobre alimentação e registros médicos de 77.659 adventistas do sétimo dia ao longo de sete anos, determinou que os vegetarianos têm 22 por cento menos probabilidade de desenvolver câncer colorretal do que os não-vegetarianos.

Desses vegetarianos, os veganos corriam 16 por cento menos risco de câncer, e os lacto-vegetarianos, que consomem leite e ovos, apresentaram 18 por cento menos risco, embora os resultados para esses grupos não atinjam significância estatística.

Dos grupos vegetarianos, os que apresentaram o mínimo risco foram os pescovegetarians, ou vegetarianos que comem peixe. Eles revelaram 43 por cento menos probabilidade de desenvolver câncer. 

O Dr. Gary Fraser, investigador principal para o Estudo Adventista de Saúde-2 e um co-autor do relatório desta semana, advertiu contra interpretar os resultados como uma mensagem para comer mais peixe.

 “A mensagem principal é evitar todas as carnes, sendo que o principal resultado foi que todos os vegetarianos, como grupo, se saíram melhor do que os não-vegetarianos”, Fraser explicou numa entrevista por e-mail. “Assim, a partir deste trabalho somente, o que se pode dizer é que a substituição de carne por legumes, nozes e frutas provavelmente irá diminuir o risco de câncer colorretal”. 

Orlich, um professor assistente de Medicina Preventiva da Universidade Loma Linda, disse que era prematuro concluir que os resultados impressionantes dos pescovegetarianos foram devidos ao consumo de peixe. “As diferenças entre os pescovegetarianos e outros grupos vegetarianos podem dever-se, em parte --ou, possivelmente, por completo-- a variação casual”, disse ele à ‘Adventist Review’ [Revista Adventista]. “Seus regimes alimentares também diferem de outras maneiras além do consumo de peixe. Faremos análises de acompanhamento examinando as associações específicas de carne e peixe com câncer colorretal, ajustando para o consumo de outros alimentos”. 

Não-vegetarianos compunham metade dos participantes no estudo, e foram definidos como os que comem carne ao menos semanalmente. Os pesquisadores, que identificaram 380 casos de câncer de cólon e 110 casos de câncer do reto entre os participantes, disseram que os não-vegetarianos comiam menos carne do que o americano em média. 

O estudo ressalta que os procedimentos avançados de triagem médica, como a colonoscopia, ter salvado muitas vidas, mas é ainda melhor prevenir o câncer, potencialmente através de alimentação. 

O relatório sobre câncer colorretal é parte do Estudos de Saúde Adventista, da Universidade Loma Linda, iniciados em 1958, estando entre a pesquisa sobre saúde e longevidade de mais longo período de tempo no mundo. As suas conclusões anteriores associaram o regime alimentar adventista com índices menores de obesidade, diabetes e pressão arterial elevada.”Há uma história que remonta à década de 1950 de estudos sobre adventistas do sétimo dia, e a maioria descobriu que são populações saudáveis, de vida longa, por isso é interessante pesquisar e ver o porquê”, afirmou Orlich ao ‘The Wall Street Journal’ ao discutir as últimas descobertas sobre o câncer. 

Os Estudos Adventistas Sobre Saúde também são muitas vezes discutidos em seminários e conferências de saúde. A rede CNN International de televisão dedicou um segmento à pesquisa no seu programa”Vital Signs”, com o Dr. Sanjay Gupta”, em fevereiro.

O Estudo de Saúde Adventista-2 começou em 2002, com financiamento do Instituto Nacional do Câncer, uma agência do governo dos EUA. Em 2011, o Instituto Nacional do Câncer concedeu uma verba de 5,5 milhões de dólares em cinco anos para continuação da pesquisa.

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