Inter-America

Na América Central, congresso promove liberdade religiosa em toda a região

A Colômbia é célebre pelos seus avanços recentes em liberdades religiosas

Medellin, Colombia | Shirley Rueda/IAD Staff

A Igreja Adventista do Sétimo Dia na América Central realizou o seu segundo congresso de liberdade religiosa na cidade de Medellín, Colômbia, de 18 a 19 de março de 2015. Após o congresso de liberdade religiosa, a Igreja no norte da Colômbia realizou um festival de liberdade religiosa, onde mais de 4.000 pessoas se reuniram na Plaza Mayor de Medellín.

A conferência deu aos líderes da Igreja no território da Divisão Interamericana (IAD) a oportunidade de falar sobre a importância do reforço das relações entre Igreja e Estado, bem como reforçar a presença da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA) em toda a região. Líderes de cúpula da Igreja enfatizaram a necessidade de defesa constante da liberdade religiosa de todos os países onde operam seus escritórios e instituições administrativas.

O presidente mundial da Igreja Adventista, Pastor Ted N. C. Wilson, falou aos 300 delegados sobre o compromisso da Igreja Adventista ao defender a liberdade de religião para as pessoas de todas as fés. “Estou muito orgulhoso que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tenha mantido uma posição firme para que as pessoas com uma perspectiva religiosa diferente da nossa sejam defendidas porque acreditamos que têm o direito à liberdade de consciência”, disse o Pastor Wilson. “Temos a obrigação de garantir que pessoas de qualquer que seja a situação social, educacional, econômica e étnica, desfrutem de liberdade de consciência”. 

A Colômbia é um país com uma história de lutas e questões sobre liberdade religiosa. Assim, foi importante que se sediasse o congresso ali por causa dos avanços na liberdade religiosa ocorridos nos últimos anos, comentou Roberto Herrera, diretor de relações públicas e liberdade religiosa para a Igreja na América Central.

A Dra. Lorena Rios, Coordenadora de Assuntos Religiosos na Colômbia, falou da IRLA e sua influência no sentido de garantir que os tópicos levantados se reflitam na lei da liberdade religiosa no país. “A Colômbia está sendo observada pelo mundo porque estamos passando por um processo-chave para a paz e o pós-guerra, e a Igreja tem desempenhado um papel fundamental através de capelanias”, disse Rios. “O governo vai estabelecer a estrutura para que a Igreja possa operar nesse rumo”.

Embora não existam países da IAD que restrinjam a liberdade religiosa para os indivíduos “nossos líderes em todos os nossos países devem permanecer vigilantes e continuar fortalecendo as relações com as autoridades do governo em favor desta causa da liberdade religiosa”, disse Herrera.

Durante o evento, o Pastor John Graz, secretário-geral da IRLA, fez referência ao cenário global difícil onde as guerras religiosas ocorrem frequentemente. “Uma das grandes questões que temos de nos perguntar é se estamos dispostos a sacrificar a liberdade de expressão pela segurança e paz, e essa é a razão por que, quando temos o privilégio de viver num país como a Colômbia e outros países latino-americanos, onde há liberdade religiosa, temos que ter tempo para agradecer a Deus, ao país e ao governo “, disse Graz.

O Dr. Graz recebeu um prêmio especial pelos mais de 30 anos de serviço em favor da liberdade religiosa em todo o mundo.

Delegados do Congresso participaram de apresentações sobre a importância das relações Igreja-Estado e de como melhorá-los, como encontrar-se com um oficial público ou pessoa influente, o papel do Estado e da Igreja a partir de uma perspectiva teológica, a minoria muçulmana na Europa, a questão da lei contra a difamação religiosa, o papel das universidades cristãs no reforço das relações Igreja-Estado, e muito mais.

Para Kern Tobias, presidente da Igreja na União Caribe, a liberdade religiosa é apreciada nas dezenas de ilhas que pertencem à região. A liberdade religiosa tem sido crucial quando defendendo a liberdade de culto de alguns indivíduos, bem como problemas com estudantes universitários que são obrigados a prestarem exames no sábado, acrescentou. “O governo em todas as nossas ilhas respeita altamente a Igreja Adventista porque sabem que a Igreja contribui para a sociedade através das nossas escolas e hospitais, assim continuamos a manter-nos ativos na promoção da liberdade religiosa em nosso território”, disse Tobias.

Ada Maria Funes, uma advogada adventista em Honduras, disse que o congresso lhe trouxe reafirmação e um incentivo para continuar lutando pelos direitos das pessoas ao voltar ao seu país centroamericano no que tange à liberdade religiosa. Há alguns desafios porque há pouca legislação em Honduras para favorecer os membros da Igreja. “Tivemos que enfrentar muitos desafios com muita ignorância a respeito dos direitos de nossos membros, bem como por parte das autoridades”, disse Funes. Atualmente, a Igreja através de seus serviços tem sido capaz de colaborar com as faculdades de direito para treinar advogados e dar treinamento nas instituições de ensino sobre a liberdade religiosa a fim de facilitar os casos que surgem sobre testes de estudantes aos sábados. “Temos cerca de um caso por semana, onde lidamos com estudantes adventistas que precisam apresentar seus testes em dias diversos do sábado, por isso estamos trabalhando para mudar a legislação a fim de ajudar nesses casos”, acrescentou Funes. 

Durante o Festival de Liberdade Religiosa o Pastor Wilson lembrou aos promotores de liberdade religiosa e aos membros em geral para prosseguirem levantando a chama da liberdade religiosa e desafiou a Igreja a cumprir sua missão com a mensagem de salvação. “Que responsabilidade enorme temos de proclamar a mensagem de Jesus no contexto da liberdade religiosa”, disse o Pastor Wilson. “O mandato do grande Deus é ser um mensageiro da cruz e ajudar as pessoas a compreenderem que a liberdade religiosa é um presente do céu”.

O festival especial foi alegrado por música e testemunhos de liberdade religiosa na Colômbia, e incluiu vários prêmios para os promotores de liberdade religiosa ilustres na Colômbia e em toda a América Central. “Deus nos lembra hoje que somos uma igreja remanescente, que a liberdade religiosa é um meio que devemos usar para pregar o evangelho”, disse Herrera o ser passada a tocha da liberdade de líder da Igreja a líder da Igreja.

Nigel Coke contribuiu para este artigo.

arrow-bracket-rightComentárioscontact