General Conference

Presidente mundial da Igreja Adventista tem primeira reunião com o dirigente da ONU

Os dois líderes discutem formas de ajudar as pessoas e promover a tolerância religiosa

Silver Spring, Maryland, United States | Andrew McChesney / Adventist Review

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou preocupação sobre a crescente intolerância religiosa em todo o mundo durante uma reunião privada com o líder da Igreja Adventista, Ted N. C. Wilson, e convidou a Igreja Adventista do Sétimo Dia a trabalhar com a ONU para ajudar as pessoas.

Wilson, o primeiro presidente da Igreja Adventista a se encontrar com um chefe da ONU, observou que a Igreja sempre apoiou a liberdade religiosa e disse que estava disposto a unir-se a iniciativas que sigam  o exemplo do ministério de Cristo de ajudar as pessoas física, mental, social e espiritualmente.

Ganoune Diop, diretor-associado de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista a nível mundial, disse que o seu departamento leva a sério as palavras de Jesus de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” em Mat. 5:13. “Seus representantes se misturam com líderes políticos e religiosos em todos os países, sem perder ou comprometer a identidade adventista distintiva”, disse Diop, que participou da reunião.

Ban se reuniu com Wilson, Diop, e John Graz, diretor do Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa, às 12h10 da segunda-feira para uma reunião de 45 minutos em seu escritório na sede das Nações Unidas, em Nova York.

O encontro foi organizado com o envolvimento pessoal do embaixador Joseph Verner Reed, reitor da subsecretaria geral da ONU e um amigo dos adventistas do sétimo dia, que regularmente se correspondia com Diop para tornar o encontro uma realidade, disse Diop.

“Foi um verdadeiro privilégio de conhecer o secretário-geral e ouvir o seu apelo por ajuda para a humanidade”, comentou Wilson à ‘Adventist Review’. “Os adventistas do sétimo dia devem estar prontos para testemunhar do Senhor em qualquer lugar que vamos, e testemunhar da bênção de Deus em nossas vidas e do que podemos fazer em Seu nome”, disse ele. “O mundo está esperando por esse tipo de testemunho inspirado pelos céus com respostas claras para os problemas de hoje”.

Ban falou sobre questões globais, como a pobreza e a falta de educação antes de expressar sua preocupação com a intolerância religiosa que vem atingindo níveis sem precedentes a nível mundial. Na semana passada, um grupo militante islâmico matou 148 pessoas num ataque contra os cristãos numa universidade queniana. O IS e outras organizações extremistas no Iraque, Síria, Nigéria, Líbia e em outros lugares também têm visado a cristãos e outros grupos religiosos com violência muitas vezes mortal nos últimos meses.

Ban ressaltou sua crença de que as pessoas devem cultivar o respeito por todos, incluindo indivíduos de outras religiões. Ele indicou que apreciava o trabalho da Igreja Adventista na promoção da liberdade religiosa, bem como na educação, saúde, e ajuda humanitária através da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, ADRA. Esta agência tem trabalhado com a ONU na assistência aos refugiados no Oriente Médio e em outros lugares.

Wilson agradeceu Ban pela reunião e falou sobre diversas iniciativas da Igreja que correspondem com a missão da ONU de ajudar as pessoas. “Tivemos uma excelente reunião com o secretário-geral e um pouco de sua equipe, compartilhando com eles as atividades da Igreja Adventista”, disse Wilson. “Demos enfoque a certas coisas em que a Igreja Adventista pode ajudar, tais como liberdade religiosa, liberdade de consciência, valores éticos e espirituais, respeito pela dignidade humana, orientação familiar, incentivo para os jovens e necessidades humanas básicas, como água pura e educação fundamental”.

Wilson acrescentou: “Somente sendo guiados pelo Senhor é que podemos ser verdadeiramente eficazes em nosso alcance para o mundo preparando-os para a breve volta de Cristo, realizando o ministério prático de Jesus pelo poder do Espírito Santo.”

No início da segunda-feira, Ban se reuniu com o presidente tanzaniano Jakaya Kikwete, a quem, aliás, Wilson conhecera durante uma visita àquele país do leste africano, em fevereiro.

Na reunião com Wilson, Graz apresentou um breve relatório sobre os principais congressos organizados pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa afiliada à Igreja em que se promove a liberdade religiosa e oferece um forte apoio da Igreja ao artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz que todos têm o direito “de mudar de religião ou crença”.

Graz, secretário-geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa, disse que se sentiu encorajado ao ver a preocupação de Ban sobre a intolerância religiosa e o desejo de ver as pessoas de boa vontade atuando em conjunto para trazer justiça e liberdade. “Foi uma reunião histórica entre o secretário-geral da ONU e o presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre o estado do mundo e como podemos ajudar as pessoas que vivem em ambientes muito difíceis”, disse Graz.

“Como discípulos de Jesus, queremos ajudar as pessoas, especialmente aquelas que não têm voz, discriminadas e perseguidas”, disse ele. “Dessa forma, compartilhamos os valores essenciais da ONU”.

Diop disse que também viu maneiras em que a Igreja e as Nações Unidas poderiam cooperar, em especial na erradicação da pobreza e promoção da educação e da saúde. “A impressionante folha de serviços que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem desenvolvido para o serviço a toda a família humana ressoa notavelmente com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, disse ele num comunicado.

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