Trans-Europe

Bandeira conjunta de seis unidade em San Antonio

Moradores da antiga Iugoslávia adoram juntos durante a 60ª Assembleia da Associação Geral

Victor Hulbert, communication director, Seventh-day Adventist Church, UK & Ireland.

No dia em que o primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vučić, foi perseguido pelos manifestantes que atiraram pedras numa cerimônia que marca o 20º aniversário do massacre de Srebrenica na Bósnia e Herzegovina, uma rica mistura de 70.000 adventistas do sétimo dia, representando quase todas as culturas no planeta, encontrava-se em adoração unida e fervorosa no Alamodome em San Antonio, Texas.

Muito tocante para dois dos adoradores foi a visão de uma bandeira conjunta—as seis bandeiras da Bósnia, Croácia, Macedônia, Sérvia, Montenegro e Eslovênia—costuradas juntas e exibidas de forma destacada sobre o balcão do nível 5 à direita do palco. Era um símbolo tocante de perdão e unidade no contexto de um culto que deu enfoque à esperança que os adventistas do sétimo dia têm em um Salvador que pode mudar vidas e, de fato, o faz.

Dejan Stojkovic é sérvio. Ele agora vive no Reino Unido, onde trabalha no Ministério de Adolescentes. Quando ele próprio era apenas um adolescente, escapou do serviço militar na guerra que dividiu a Iugoslávia, fugindo através da fronteira num carro fúnebre que seguia para um funeral. Deixar o seu país e a sua família foi-lhe doloroso. Seu pai havia trabalhado como pastor cujo ministério cruzava fronteiras culturais e étnicas.

Essa dor se tornou doce/amarga quando conheceu a jovem que agora se senta ao seu lado. Deana vem do que, geográfica e politicamente, é “o outro lado da cerca”. Ela é da Croácia, mas acabou sem passaporte ou nacionalidade— assim hoje o passaporte com que viaja é bósnio. Ela trabalha para a Igreja no Departamento de Comunicação e Mídia do escritório regional da Divisão Trans-Europeia em St Albans, Inglaterra, e descobriu que o amor não tem barreiras. Dejan e Deana estão casados há cinco anos. Eles não se importam que bandeira esteja sendo agitada pelo vento. Para eles a bandeira que aparece mais alta é a que representa Jesus.

Para eles, ver a bandeira composta das ‘seis bandeiras’ pendurada acima dos 70.000 adventistas foi uma ênfase significativa do que representa ser parte de uma família da Igreja global, representantes de 168 países reunidos em adoração e cantando juntos “Servos de Deus a trombeta tocai, breve Jesus voltará”.

Até 8.000 homens e meninos muçulmanos bósnios morreram nas mãos das forças sérvias da Bósnia, em meio à dissolução da Iugoslávia. A Sérvia havia apoiado os sérvios da Bósnia. No sábado, 11 de julho, o Sr. Vučić tinha estado tentando um gesto de paz, pedido de desculpas e reconciliação, unindo-se a outros líderes mundiais numa cerimônia na Bósnia-Herzegovina para prestar homenagem no cemitério Srebrenica, onde mais de 100 restos humanos recém-encontrados deviam ser enterrados com 6.000 outras vítimas do massacre. No entanto, ele tornou-se alvo de abuso, com a multidão assobiando e arremessando pedras e garrafas contra ele.

“Lamento que algumas pessoas não reconheceram a minha intenção sincera de construir amizade entre os sérvios e bósnios”, disse ele mais tarde. “Ainda ofereço a minha mão ao povo bósnio. Vou continuar com isso . . . e estar sempre pronto a trabalhar juntos para superar os problemas”.

É uma história triste que claramente ainda não se encerrou. Mais triste, contudo, é que tal situação não é a única, com isso se tendo repetido em multidões de países ao redor do mundo. Ruanda viu o seu próprio genocídio—e, no entanto, também tem visto histórias incríveis de reconciliação e cura. Na África do Sul, vimos comunidades uma vez divididas chegando à unidade.

 Mesmo em reuniões adventistas esta semana passada pessoas têm, por vezes, fortemente expresso muitos diferentes pontos de vista, especialmente em questões que envolvem a ordenação de mulheres, e podem ter tido que concordar em discordar, ou gentilmente aceitar os resultados de uma votação decepcionante para eles. No entanto, no sábado, apesar de tais diferenças, foram capazes de sentar-se e adorar juntos sob a mesma bandeira unida. Como Presidente Mundial da Igreja, o Pastor Ted Wilson disse em seu sermão: “Não fique preso num lado ou outro da estrada—mantenha-se no meio da Palavra de Deus”.

Evidência disso foi vista tanto na programação da manhã quanto da tarde. Membros da Igreja emocionados ao verem a maneira em que Deus estava atraindo comunidades para estar em união, seja no Ministério da Saúde em Jacarta, no evangelismo de grande escala no Zimbábue, ou na dedicação de uma senhora numa parte não-penetrada da China que plantou dez igrejas.

Para Dejan e Deana, segurando as mãos numa cúpula cheia de membros adventistas de tantas culturas e formações diferentes, muitos em trajes nacionais, e, mesmo com a música e os textos bíblicos vindo numa infinidade de línguas, esta é uma pequena imagem do futuro. “O livro do Apocalipse pinta um quadro maravilhoso do céu”, Dejan diz entusiasmado. “Descreve uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro”. [Apocalipse 7: 9 NIV]. Estarem unidos em Cristo hoje foi apenas um pequeno vislumbre do céu.

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