South America

Milhares de adventistas lutam contra o vírus Zika no Brasil

Membros de todas as idades estão mobilizando recursos para agir contra um vírus que a Organização Mundial de Saúde declarou uma “emergência de saúde pública global”

Brasilia, Brazil | Felipe Lemos, South American Division

Enquanto no mundo cresce a preocupação com a proliferação do vírus Zika, centenas de milhares de adventistas no Brasil, um dos países mais afetados, decidiu responder à ameaça de modo ativo.

A Igreja Adventista no Brasil lançou o Projeto Zika, uma campanha nacional de sensibilização, prevenção de novos casos e mobilização de pessoas para agir contra um vírus que a Organização Mundial de Saúde declarou uma emergência de saúde pública global.

O Zika pode ser transmitido por um mosquito ou por relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada e não há tratamento médico. Trata-se de uma doença de curta duração com sintomas ocasionais de febre e dores de cabeça que muitas vezes passam despercebidos pelas pessoas afetadas. A maior preocupação dos médicos é que o vírus possa estar ligado com milhares de bebês no Brasil que estão nascendo com microcefalia.

O projeto Zika, lançado pela Igreja no final de fevereiro, inclui uma campanha de sensibilização da opinião pública, que começou com 200.000 alunos, e espera expandir-se para mobilizar pelo menos 600.000 crentes adventistas, disse Marcello Niek, o médico responsável pela iniciativa. “Inicialmente, trabalhamos com mais de 200.000 alunos em nossas escolas, faculdades e universidades e suas famílias”, disse Niek. “Mas o esforço cresceu bastante e é provável que o número de participantes atinja pelo menos dois milhões de pessoas”.

Esse número inclui dois milhões de adventistas e não-adventistas. A Igreja Adventista tem cerca de um milhão e meio de membros no Brasil. 

A campanha de sensibilização do público fez com que os estudantes se organizassen por três dias com seminários em instituições educacionais, onde puderam aprender sobre o vírus e fazer perguntas. No quarto dia, os estudantes incentivaram suas famílias a se juntarem a eles para conversar com vizinhos sobre as precauções que podem ser tomadas contra o vírus.

Os estudantes estão agora desenvolvendo atividades extracurriculares que utilizam artes, Internet e debates públicos para educar as pessoas sobre a prevenção do Zika. Um grupo de estudantes criou o site adv.st/forazika, que contém informações práticas sobre o assunto. Dentro de alguns dias, os Desbravadores e outros adventistas jovens começaram a implementar projetos comunitários para erradicar o vírus e para informar as pessoas sobre os riscos de água parada e lixo espalhados.

No sul da cidade de Porto Alegre, a Escola Adventista Parthenon mudou o conteúdo de vários aulas para incorporar o tema da Zika. Assim, além de Matemática e Geografia, os alunos estudaram aula de Biologia sobre sintomas do Zika e de como prevenir a proliferação de mosquitos em suas casas. 

No estado da Bahia, as autoridades convidaram representantes adventistas para participar de um debate sobre medidas eficazes contra o mosquito que transmite o Zika. A Igreja local, que já tinha se envolvido numa iniciativa para aumentar a conscientização da população, concordou em participar.

“Este convite do governador Rui Costa é muito bom, porque tivemos a iniciativa e, graças a uma parceria com o governo, vamos ter mais ferramentas para pôr-nos à frente da campanha na comunidade”, disse Luis Fernando Ferreira, diretor regional ADRA Bahia.

Mais de quatrocentos alunos estão participando da campanha contra Zika no estado do Rio de Janeiro. Os adolescentes estão distribuindo folhetos sobre como combater o mosquito em casa, traseuntes que assim o desejarem estão sendo pulverizados com repelentes. Alguns se postam junto a  semáforos fantasiados de mosquitos, com cartazes e placas que comunicam dicas de saúde. 

Os esforços dos estudantes chamaram a atenção de um dos maiores jornais, “O Jornal do Brasil”, que publicou reportagem sobre o trabalho dos jovens e a campanha nacional da Igreja.

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