Inter-America

Congresso mundial de liberdade religiosa abre com apelo para evitar a liderança da sociedade secular

Cerca de 900 delegados reúnem-se em República Dominicana para o evento sétimo mundo

Punta Cana, Dominican Republic | Mark Kellner/Adventist Review

Dirigindo-se a cerca de 900 delegados e convidados no Sétimo Congresso Mundial da Associação Internacional de Liberdade Religiosa, Denton Lotz, um renomado pastor batista e presidente da AILR, assim resumiu o objetivo deste evento de três dias: "Estamos aqui hoje porque acreditamos que a liberdade de religião é fundamental para todos os direitos humanos".

Essa visão, infelizmente, não é compartilhada em muitas partes do mundo, algo que, disse Lotz, torna as sessões ainda mais importantes.

"É nossa incumbência trabalhar em conjunto para que vivamos juntos em harmonia e concórdia", Lotz declarou a uma platéia de líderes de cristãos, muçulmanos, judeus e de outras comunidades. "Não precisamos de guerras religiosas".

Que a violência contra os cristãos continua sendo um problema ficou evidente a partir de uma apresentação em vídeo na sessão de abertura, observando as sentenças de morte pronunciadas -- mas ainda não efetivadas -- contra cristãos no Paquistão e no Irã, sob acusação de "blasfêmia", e os assassinatos dos funcionários paquistaneses Salman Tasser, governador da província de Punjab, e do ministro de minorias, Shahbaz Bhatti. Também foi citada a extrema repressão religiosa encontrada na Coréia do Norte.

Embora o tema principal e central do congresso, "Secularismo e Liberdade Religiosa -- Conflito ou Parceria", possa parecer muito distante das terras onde a perseguição é ativa, Lotz apresentou uma visão diferente: "A maioria das pessoas no mundo sofre com a falta de liberdade religiosa. Setenta por cento do mundo vive em locais de repressão religiosa", ele assinalou.

Falando para uma platéia que incluía adventistas do sétimo dia, menonitas, católicos, batistas, mórmons e cientologistas, entre outros, o secretário-geral da AILR, John Graz, observou que o Congresso Mundial é um evento multifacetado: "Este congresso é sobre a liberdade religiosa, mas não é um evento religioso", comentou Graz. "Estamos todos juntos aqui. Representamos diferentes credos, religiões diferentes e Igrejas diferentes. Somos diferentes, mas somos respeitosos uns com os outros".

Sob o tema "Secularismo e Liberdade Religiosa -- Conflito ou Parceria", oradores e delegados vão tentar destacar os desafios de um mundo que é cada vez mais hostil à variedade de expressão religiosa na esfera pública. Enquanto batendo-se pela separação de Igreja e estado, o líder da AILR, Lotz, fez um apelo para que a religião evite seguir a liderança de uma sociedade secular.

Denton Lotz, presidente da AILR, faz um discurso sobre a laicidade e a liberdade religiosa.

Denton Lotz, presidente da AILR, faz um discurso sobre a laicidade e a liberdade religiosa.

"Quando a religião se torna secular, creio que o maior desafio para a liberdade religiosa é permitir que o secularismo defina o que uma religião acredita", Lotz disse aos delegados. "Quando permitimos que a secularização da nossa fé  transcenda o transcendente, ela perde o seu significado", acrescentou.

 

Segundo Lotz, "A religião morre quando não mais dá enfoque a Deus, mas apenas ao homem autônomo. A religião prospera quando tem seu foco em Deus".

Num comunicado lido aos delegados, o presidente do país, Leonel Fernandez Reyna, ofereceu "cordial boas-vindas à República Dominicana, uma terra de liberdade. A República Dominicana é um lugar de liberdade para os cristãos, muçulmanos, judeus e pessoas de outras religiões".

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