Trans-Europe

Na Holanda, crescimento da Igreja gira em torno de relevância comunitária

Serviços resultam em plantação de igrejas entre a população nativa

Zwolle, Netherlands | Jóhann E. Jóhannsson and Ansel Oliver

Não se preocupe com passagens bíblicas complexas ou intricadas doutrinas adventistas do sétimo dia. Para a maioria dos europeus nascidos na Holanda, é um desafio sequer considerar a possibilidade de que Deus exista. É o que diz Wim Altink sobre a luta para realizar evangelismo na Holanda. 

Altink, o presidente da União Holandesa da Igreja Adventista, diz que a denominação aqui nos últimos anos iniciou um programa de plantação deliberada de igrejas, que serve a necessidades cruciais da comunidade por anos, antes que um membro da Igreja compartilhe o evangelho aos recém-chegados.

"Não é pela pregação ou realização de reuniões que as pessoas vão ser convencidas da mensagem adventista", Altink disse. "Para alcançar as pessoas seculares descobrimos que precisamos ser uma igreja muito prática”.

Este método de evangelismo foi compartilhado com o presidente mundial da Igreja Adventista, Ted N. C. Wilson, que visitou o país na semana passada. Num sermão de sábado, Wilson elogiou os membros por sua entrega a Deus numa sociedade que é bastante indiferente em relação ao cristianismo.

"Embora você possa se sentir isolado e cercado por uma sociedade pós-moderna e secular, você é parte da família mundial adventista do sétimo dia", disse Wilson a cerca de 3.000 fiéis no Centro de Conferências Ijsselhallen, em Zwolle no último sábado.

Durante a sua primeira viagem àquele país europeu como presidente da Igreja, Wilson também pediu que os membros da Igreja buscassem "reavivamento e reforma".

"Reavivamento e reforma são por demais importantes para as nossas vidas, mas reavivamento só advém através da oração. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente de Deus com uma mensagem exclusiva para momentos únicos”.

Na Holanda, o evangelismo requer uma abordagem única e personalizada, que pode levar anos para fazer incursões em comunidades. "Não podemos apenas pregar”, afirmou Altink. "Precisamos de comunidades que pratiquem a obra de Deus muito antes de podermos pregá-la”.

É por isso que os líderes olham para congregações adventistas, como a da cidade de Delft, que nasceu de vários assistentes sociais adventistas antilhanos servindo à comunidade, incluindo um ministério com enfoque em mães adolescentes. O grupo formou a fundação Alivio -- que chamou a atenção e obteve apoio de autoridades civis -- e uma igreja mais tarde surgiu do esforço. Líderes consideram a congregação um modelo de plantação de igrejas a começar do serviço à comunidade.

Há 5.600 membros da Igreja Adventista na Holanda, com um índice de crescimento de cerca de 4 por cento a cada ano. Há 60 igrejas, sete deles são novas, iniciadas nos últimos oito anos, havendo uma dúzia de congregações em formação.

A Igreja Adventista aqui é culturalmente diversa. Cinquenta por cento dos membros são holandeses europeus. Cerca de um terço dos membros são de ascendência holandesa do Caribe, até 10 por cento são da Indonésia, e grande parte do resto é composta de africanos, especialmente de Gana. "Sou muito grato a Deus pela grande variedade de culturas na igreja", disse Altink. "Há um bom relacionamento entre elas".

Um grupo de canto faz uma apresentação durante o culto na igreja no sábado passado. Aproximadamente 3.000 pessoas compareceram.

Um grupo de canto faz uma apresentação durante o culto na igreja no sábado passado. Aproximadamente 3.000 pessoas compareceram.

O crescimento da Igreja na Holanda deriva em grande parte das populações imigrantes. Entre os holandeses nativos, pode levar 10 anos para iniciar uma pequena igreja de 15 a 20 pessoas. Um novo convertido através do batismo vem não antes de seis anos, dizem os dirigentes da Igreja. Por outro lado, uma nova igreja adventista entre a população imigrante pode brotar dentro de três anos, com um rebanho de quase 100 em atendimento semanal.

O secularismo entre holandeses é diferente e mais grave do que o secularismo na Europa Central e nos Estados Unidos, disse Rudy Dingjan, coordenador de plantação de igrejas para a união.

"Você tem que começar com o básico do básico do cristianismo neste país", disse Dingjan. "Por exemplo, a um grupo de crianças da escola num museu será mostrado uma tela de três cruzes e é-lhes dito que Jesus está na do centro. Eles nem sabiam disso ou nem captam o sentido do que lhes é mostrado. Isto se dá porque seus avós deixaram de ir à igreja, nunca os seus pais foram, e eles estão sendo criados sem o conhecimento desse tipo de coisa”.

Altink disse que a União recentemente designou um pastor para servir como diretor de tempo parcial dos Ministérios de Mordomia para melhorar o dar. Mas um levantamento de 2010 dos membros da Igreja foi "um abrir de olhos", disse ele. Cerca de 15 por cento dos entrevistados disseram que regularmente devolvem o dízimo por causa de instrução bíblica, enquanto que mais de 70 por cento indicaram que a sua dádiva estava fortemente correlacionada com o seu envolvimento em sua igreja local. "Por isso, precisamos de envolver os jovens", disse Altink. "Mordomia é fruto de uma igreja saudável."

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