South America

Adventistas realizam campanhas antiabuso na América do Sul

Programa coordenado é a maior implementação da iniciativa da Igreja globalmente

Brasília, Brazil | ANN staff

Milhares de adventistas do sétimo dia foram às ruas como ativistas contra o abuso em dezenas de cidades de toda a América do Sul no último sábado.

A campanha da Igreja “Quebrando o Silêncio” inspirou passeatas e carreatas ao longo de avenidas, apresentou dramatizações em praças, e criou parceria com distritos escolares e órgãos de segurança pública para oferecer palestras educativas sobre a prevenção da violência doméstica, abuso sexual e bullying por comunicação eletrônica.

A iniciativa fez parte do Dia de Ênfase em Prevenção ao Abuso, da Igreja Adventista a nível mundial, que normalmente é realizado no quarto sábado de todo mês de agosto. A campanha foi criada pela Comissão Executiva da denominação em 2001.

Os líderes mundiais da Igreja lançaram a iniciativa lembrando que ocorrências de violência doméstica e abuso sexual acontecem em lares cristãos a índices semelhantes aos da população em geral. Os primeiros passos para combater o abuso, segundo eles, estão na conscientização e educação.

A campanha foi implementada pela Igreja Adventista com variados graus de sucesso, dependendo da região do mundo ou congregação.

Jovens adventistas em Vitória, Espírito Santo, Brasil, são entrevistados por uma agência de notícias da TV local, no sábado, 24 de agosto. [foto: Francis Matos]

Jovens adventistas em Vitória, Espírito Santo, Brasil, são entrevistados por uma agência de notícias da TV local, no sábado, 24 de agosto. [foto: Francis Matos]

Em 2009, a Rede Adventista de Notícias informou que muitos líderes e congregações locais ainda não tinham ouvido falar da iniciativa, enquanto em outras regiões os principais oficiais da Igreja dirigiram cada congregação no seu território administrativo para realizar campanhas de prevenção do abuso.

“Muitas regiões do mundo têm tomado a iniciativa e a transformado em um de seus dias mais eficazes de sensibilização da comunidade”, disse Raquel Arrais, diretora-associada dos Ministérios da Mulher para a Igreja a nível mundial .

Em anos recentes, a Igreja Adventista também desenvolveu iniciativas semelhantes. Em 2009, a Igreja lançou, em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais [ADRA], a campanha “EndItNow” para combater a violência contra as mulheres. Além disso, a Adventist Risk Management no ano passado lançou o “The Seven Campaign” para ajudar na conscientização e reduzir o abuso de crianças.

A Divisão Sul-Americana da denominação é uma região que continua a destacar o Dia da Prevenção do Abuso desde o seu lançamento em 2001, muitas vezes de forma coordenada e em larga escala. Campanhas locais são muitas vezes dramáticas e ganham a atenção de agências de notícias.

Em Montevidéu, Uruguai, cerca de 500 adventistas fizeram demonstrações perto dos cruzamentos mais movimentados da cidade. Este grupo usava fita adesiva sobre a boca para representar as vítimas de abuso que sentem que não podem falar para pedir ajuda.

Em Montevidéu, Uruguai, cerca de 500 adventistas fizeram demonstrações perto dos cruzamentos mais movimentados da cidade. Este grupo usava fita adesiva sobre a boca para representar as vítimas de abuso que sentem que não podem falar para pedir ajuda.

Campanhas locais do “Quebrando o Silêncio” este ano foram noticiadas em mais de uma dúzia de cidades pelos meios de comunicação, como a Agence France-Presse, a TV Globo e o jornal de maior circulação do Uruguai , ‘El País’.

Em Montevidéu , no Uruguai, uma estação noticiosa de TV relatou ao vivo como 500 adventistas estavam nos cruzamentos com fita adesiva sobre a boca para representar aqueles que sofrem abuso e têm medo de falar.

O presidentre da Divisão Sul-Americana, Erton Köhler, disse que sentia ser importante para a Igreja Adventista continuar falando sobre o assunto, mesmo além do dia de ênfase uma vez por ano. “Um evento por ano não vai produzir muitos resultados, mas mais vai acontecer através de um processo de projetos em curso, publicações e outros meios de publicidade sobre quão terrível é o abuso e como pode ser evitado”, disse Köhler.

De fato, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, várias marchas do “Quebrando o Silêncio” foram realizadas em abril e maio.

“A participação dos membros é estratégica porque os problemas acontecem não só em famílias de fora da Igreja, mas na Igreja também”, disse Köhler .

As campanhas deste ano criaram parceria com altos funcionários de vários governos municipais e federal.

A ministra dos Assuntos da Mulher do Peru, Ana Jara Velasquez, uniu-se a líderes dos Ministérios da Mulher Adventista na semana passada numa campanha.

Num shopping center em Aparecida de Goiânia, no Brasil, os adventistas ofereceram massagens gratuitas para atrair o consumidor num centro de aconselhamento e educação como parte de uma iniciativa de sensibilização sobre abuso.

Num shopping center em Aparecida de Goiânia, no Brasil, os adventistas ofereceram massagens gratuitas para atrair o consumidor num centro de aconselhamento e educação como parte de uma iniciativa de sensibilização sobre abuso.

No estado brasileiro de Goiás, a secretária de Segurança Pública, Renata Cheim, disse numa campanha que “A violência preocupa a todos nós, e como representante do governo de Goiás estou muito contente em saber que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem um projeto para prevenir a violência, o que, em conjunto com as iniciativas do governo, contribuem para desencorajar a violência”.

Em Piraquara, Paraná, Brasil, foram realizadas palestras em duas escolas, atraindo cerca de 2.500 alunos. “Temos notado aqui em Piraquara muitos casos de abuso sexual”, disse Joslaine Beninca, professora de uma escola estadual. “As palestras ajudaram a identificar alguns casos porque vemos algumas reações de alunos que precisam de ajuda”.

Os adventistas distribuíram milhares de panfletos sobre a consciência do abuso em praças, parques e centros comerciais. Na cidade de Aparecida de Goiânia, os adventistas usaram músicos ao vivo, massagens sentadas para atrair consumidores para a sua exibição, recursos e psicólogos licenciados. Depois de receber uma massagem sentada, a dona de uma loja próxima, Marilda Oliveira, disse: “Eu estava sendo informada sobre o que fazer se você sofrer violência ou abuso, e até mesmo como aconselhar alguém que esteja nessa situação. “Nunca vi um projeto como este”, comentou.

-- com reportagem de Fernanda Beatriz , Veronica Korsun , Leonardo Leite, Tatiane Lopes , Bianca Lorini , Francis Matos , Oscar Nuñez , Ansel Oliver, Luzia Paula, Liane Prestes e Márcio Tonetti

arrow-bracket-rightComentárioscontact