No encontro de cúpula sobre sexualidade, presidente da Igreja Adventista reflete sobre o ‘quebrantamento humano’

Abordem o pecado com “clareza, tato” e fidelidade à verdade bíblica, diz Wilson

Cape Town, South Africa | Adventist Review/ANN staff

Falando diante de cerca de 350 líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Centro Internacional de Convenções da Cidade do Cabo, ontem, o presidente mundial da Igreja, Ted N. C. Wilson exortou-os a reconhecerem que o “quebrantamento humano” é onipresente, e depende da cura que vem apenas com o poder restaurador de Cristo.

Todas as facetas desse quebrantamento, Wilson disse, devem ser abordadas com a “clareza e tato” e fidelidade à verdade bíblica que Jesus demonstrou em Seu ministério na Terra. 

“Tornemos nosso objetivo pessoal, e o objetivo desta reunião, falar a verdade, como Jesus falou a verdade—lembrando que cada palavra pronunciada por Seus discípulos deve ser uma palavra que ajude alguém a tornar-se um discípulo de Cristo”, Wilson disse. “Existe uma maneira de dizer a verdade que leva à vida, por isso vamos conversar e compartilhar e aprender uns com os outros dessa forma”, disse ele.

O discurso de Wilson—“A verdade como ela é em Jesus”—foi apresentado durante o dia do encontro de cúpula da Igreja Adventista sobre sexualidade, onde quase 350 pastores, capelães, acadêmicos, profissionais de saúde, juristas e diretores de recursos humanos adventistas estão reunidos esta semana na Cidade do Cabo, África do Sul. 

O líder mundial da Igreja passou a definir os parâmetros do encontro. Seus objetivos, segundo ele, não incluem a revisão da perspectiva da Igreja Adventista ou declarações sobre quebrantamento humano para coincidir com “o espírito mutável” de tendências e valores sociais atuais. “Nem viemos para descrever o quebrantamento sendo de alguma forma maior do que como a Palavra de Deus define cada pecado do homem”, disse Wilson. O pecado não é uma hierarquia de falhas humanas, disse ele—com algumas deficiências “menos perigosas ou prejudiciais” do que outras—mas uma expressão de viver a vida em harmonia com Deus.

“Estamos mais acostumados a outros pecados: nós piscamos o olho para o orgulho, ignoramos a fofoca, toleramos a hipocrisia e às vezes evitamos lidar com a luxúria, o adultério e o pecado muitas vezes oculto do abuso sexual”, disse Wilson, acrescentando que “a verdade desconfortável, mas inegável, [é] que todos somos pecadores”.

Ele considerou tanto “incoerente quanto moralmente errado” para a Igreja Adventista isolar membros praticantes da comunidade GLBT para disciplina” ao mesmo tempo em que ignora as pessoas envolvidas com sexo ou adultério antes do casamento heterossexual. O padrão de Deus para o comportamento sexual exige que só na união de um homem e uma mulher no casamento heterossexual pode o dom da sexualidade ser apreciado adequada e biblicamente. Qualquer desvio desse padrão deve ser tratado com idêntica seriedade em tentativa semelhante de trazer correção, arrependimento e restauração”.

“É o primeiro passo rumo a uma vida nova em Cristo quando cada um de nós chegamos ao ponto em que admitimos que o que a Palavra de Deus diz é absolutamente verdade sobre nós: Somos todos pecadores, estamos todos quebrados”, disse ele.

Um dos principais objetivos do encontro, Wilson disse, é o desenvolvimento de uma consciência de como direcionar com compaixão essas vidas para que vivam em harmonia com Deus no rumo da “salvação e recuperação”.

“Viemos aqui porque estamos comprometidos como um povo para falar a verdade um ao outro e com o mundo ao nosso redor, e porque estamos empenhados em aprender a falar a verdade, como fez Jesus”, disse ele.

O discurso de Wilson baseou-se significativamente nas Escrituras e nos escritos da co-fundadora da Igreja, Ellen G. White, para descrever a abordagem de Jesus em compartilhar a verdade, “‘[Cristo] nunca foi rude, nunca proferiu desnecessariamente uma palavra severa, nunca causou dor desnecessária a uma alma sensível. Não censurava a fraqueza humana. Ele falou a verdade, mas sempre em amor’”, disse Wilson, lendo uma passagem de “Caminho a Cristo”, obra clássica da Sra. White sobre conversão e renascimento espiritual.

O encontro de cúpula desta semana vai incluir depoimentos de ex-membros da comunidade GLBT que têm lutado com quebrantamento e agora se descrevem como”resgatados” desse estilo de vida. “As histórias honestas que vamos ouvir, sem dúvida relatarão momentos em que nós, como membros da Igreja remanescente de Deus, falhamos em comunicar o amor e a consideração de Jesus”, disse Wilson.

“Devemos ouvir como eles nos contam sobre a sua luta e a sua dor, e não devemos deixar que o nosso orgulho finja que seus erros são piores aos olhos do céu do que os que praticamos”, disse ele.

 

 

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