Trans-Europe

EDUCADORES E PASTORES EUROPEUS ESTUDAM A CRIAÇÃO NA ISLÂNDIA

Setenta e cinco delegados assistem a grande conferência de fé e ciência organizada pela igreja

Hlíðardalsskóli, Iceland | Victor Hulbert/Trans-European Division

Até este mês, um grupo de educadores e pastores adventistas do sétimo dia poderiam ter suposto que a lava era apenas lava—rocha derretida que flui do centro dos vulcões destruindo tudo em seu caminho.

Agora fizeram-se mais sábios após passarem uma semana numa ilha composta quase inteiramente de lava—uma experiência que pode rapidamente tornar alguém um especialista, especialmente quando acompanhado por um geólogo local.

Setenta e cinco delegados, na sua maioria europeus, convergiram para a Islândia este mês para uma grande conferência de fé e ciência organizada pelo Instituto de Pesquisas em Geociências da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O organizador do evento e diretor do instituto, L. James Gibson, disse que a natureza e beleza singulares da paisagem da Islândia podem ter tornado particularmente fácil atrair os apresentadores para a Conferência de Fé e Ciência Europeia em Hlíðardalsskóli, localizada 45 quilômetros a leste da capital da Islândia, Reykjavik. Além de um geólogo local, entusiasmado e experiente, 14 especialistas apresentaram palestras sobre placas tectônicas, fósseis e a coluna geológica, e sobre questões práticas que afetam diretamente a sala de aula. 

Nina Bergene, uma professora de Ciências na escola de Tyrifjord, na Noruega, reconheceu que tinha chegado um tanto céptica sobre a conferência, mas disse que estava satisfeita com os resultados. 

“Eu não estava preparada para o elevado padrão dos dados científicos”, disse Bergene. “Estava um pouco crítica. Mas a maneira como apresentaram os dados e o fato de que são tão humildes quando se trata de interpretar os dados, isso é muito bom”. 

Essa humildade foi exemplificada por Leonard Brand, professor de Biologia e Paleontologia da Universidade Loma Linda. “Se tivéssemos todas as respostas, gostaríamos dá-las a vocês”, disse ele numa apresentação. “Não temos todas as respostas. Há muitas perguntas. Mas é por isso que continuamos a fazer pesquisa”. 

Conquanto isso seja verdade para a ciência da criação, o mesmo se aplica à cosmovisão evolucionista, disse Gibson. “A cosmovisão evolucionista não tem todas as respostas também”, disse ele. “Ambas as cosmovisões têm muito para descobrir”. 

O Ponto de Vista da Criação 

Raúl Esperante, um paleontólogo do Instituto de Pesquisas em Geociências, sediado em Loma Linda, Califórnia, examinou mais detidamente a evolução nos livros escolares e demonstrou como tais ensinos muitas vezes se baseiam em modelos antigos, nem mesmo reconhecidos pela ciência evolutiva moderna. Noemi Duran, recentemente nomeada representante do Instituto para a Europa, expressou-se com grande entusiasmo enquanto contava como os valores positivos de uma cosmovisão criacionista pode embasar muitos aspectos da aprendizagem na escola, na Igreja e em casa.

Suzanne Phillips, que dirige o departamento de Ciências Biológicas e Planetárias da Universidade Loma Linda, cavou fundo em estrutura molecular e considerou como os minuciosos maquinários dentro da molécula apontam para um Criador. “Toda vez que eu aprender sobre um novo processo, realmente sinto que aprendo algo novo sobre Deus”, disse ela. 

Como bióloga, acrescentou, “tenho o privilégio de estudar sobre Deus mais do que qualquer teólogo”. 

Sobre lava, os participantes aprenderam que a maneira como os conjuntos de matéria fundida podem contar uma história intrigante à medida que esfriam: Será que explodiu no ar ou ergueu-se sob uma geleira? O processo de resfriamento deixa algumas planícies de lava muito suaves, enquanto outras são cheias de borbulhas, afiadas e ásperas.  

Os dias dos participantes estavam cheios de relatórios de pesquisa, discussão sobre datação de radioisótopo, uma teologia da criação, sessões de perguntas e respostas, visitas de campo e períodos de devoção. Será que a conferência correspondeu a suas expectativas? 

“Ela me incentivou e me inspirou a aprender mais sobre essas coisas”, disse Mark Szallos-Farkas, um professor romeno com um interesse em apologética. 

O professor norueguês Rene Havstein apreciou somente ser capaz de “conversar com cientistas e pessoas que sabem muito mais do que eu e também acreditam na Bíblia”. 

A geóloga húngara Judith Horvat disse que estava grata por participar porque tem pouca oportunidade para tais interações em seu país de origem. “Creio que é realmente importante ver que como um geólogo pode ser um cristão”, disse ela. 

Sharon Sinclair, um professor da Escola Stanborough, na Inglaterra, disse que estava muito contente por ter recebido provas científicas adicionais, confirmando a Criação, que podia compartilhar com seus alunos. “Deus realmente criou o nosso mundo”, disse ela. 

“Sem Paralelo”

O Instituto de Pesquisas em Geociências organizou conferências similares no passado. Entre as maiores houve a Conferência Internacional sobre Bíblia e Ciência realizada durante cerca de 10 dias em St. George, Utah, e Las Vegas, Nevada, em agosto de 2014. 

Arthur Chadwick, professor de Biologia e Geologia na Universidade Adventista do Sudoeste do Texas, que participou tanto da conferência de 2014 como desta na Islândia, disse que era importante ser “capaz de interagir e discutir as questões aberta e livremente, e expressar nossos pontos de vista”. “Isto é sem paralelo”, disse ele. 

Artur Stele, vice-presidente geral da Igreja Adventista a nível mundial, disse que estava orgulhoso dos eruditos da Igreja que trabalham duro e feliz por vê-los compartilhar suas pesquisas com educadores e pastores. 

Os anfitriões locais da conferência, três famílias que transformaram um antigo internato adventista num retiro local em Hlíðardalsskóli, saudaram os participantes calorosamente. Após a escola fechar em meio a uma mudança de ambiente educacional em 1999, as famílias ofereceram o seu tempo e investiram de suas próprias finanças para manter o lugar aberto como um ponto de refúgio para grupos locais e internacionais. Este foi o maior grupo que haviam hospedado, mas foram surpreendidos com os agradecimentos pela qualidade, menu à base de plantas caseiras e a simpatia e cuidado que eles revelavam—tudo com um sorriso nos rosto.

“Onde mais você pode ir para obter água de nascente totalmente sem poluição em suas torneiras, num ambiente tranquilo, belíssimo, com aquecimento geotérmico, e um ambiente descontraído para a adoração e aprendizagem perto de pontos de tão magnífica beleza?”, indagou um dos anfitriões, Elías Theodórsson.

“Eu não hesitaria em vir aqui novamente”, disse Gibson. Tanto em termos de aprendizagem como de ambiente, os 75 delegados, sem dúvida, concordariam.

arrow-bracket-rightComentárioscontact