Líderes adventistas assinalam o Dia de Liberdade Religiosa

O diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja pede aos membros da denominação que rejeitem a complacência diante dos crescentes desafios globais à liberdade religiosa.

Silver Spring, Maryland, United States | Bettina Krause, communication director, International Religious Liberty Association

Os líderes da liberdade religiosa adventista do sétimo dia assinalaram o Dia Internacional de Liberdade Religiosa em 27 de outubro pedindo aos membros da Igreja em todo o mundo que se lembrem de pessoas que sofrem discriminação ou perseguição por sua fé. 

De acordo com estatísticas recentes do Instituto de Pesquisa Pew, cerca de dois terços da população mundial vive em países onde a liberdade religiosa é comprometida por leis ou por atitudes sociais. O Dr. Ganoune Diop, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa para a Igreja Adventista a nível mundial, diz que esses desafios à liberdade religiosa podem assumir muitas formas diferentes. “Para alguns membros da Igreja, guardar o sábado no local de trabalho ou na escola é um desafio contínuo que lhes torna difícil encontrar um emprego ou avançar profissionalmente”, disse ele, citando casos recentes relatados da Coreia do Sul, Índia e algumas nações africanas. “Em outros países, pode haver discriminação dentro do sistema legal, tornando as minorias religiosas vulneráveis a falsas acusações ou injustiça”. 

Diop aponta para o caso de Sajjad Masih Gill, um membro da Igreja Adventista que atualmente cumpre uma sentença de prisão perpétua sob as polêmicas leis de blasfêmia do Paquistão. Ele foi condenado em 2013 num julgamento marcado por irregularidades e evidências corrompidas. No país ocidental de Togo, o membro da Igreja Adventista, Bruno Amah, está preso desde 2012 e cumpre uma sentença de prisão perpétua por acusação de assassinato que gerou preocupação internacional e provocou vigílias de oração por todo o mundo e campanhas de redação de cartas. (Link para cobertura anterior). O pastor adventista Antonio Monteiro foi preso junto com Amah, mas teve absolvição em 2014. 

Para outros membros da Igreja, diz Diop, a violência de motivação religiosa representa perigos reais para os indivíduos e suas famílias. Ele aponta para notícias recentes, como uma da Nigéria, que documenta a fuga de cristãos, incluindo adventistas, de conflitos religiosos em curso. De acordo com um relato, até 40 cristãos foram mortos e oito feridos quando os pastores muçulmanos fulani atacaram a cidade de Godogodo no final da tarde de 15 de outubro com armas e facões. Esta é a segunda vez em poucos meses que a cidade foi assim visada. Um ataque semelhante em setembro já havia causado a fuga de muitos cristãos. Samuel Musa, um ancião adventista de 60 anos de idade, falou a um repórter antes do segundo ataque que era um dos apenas quatro membros restantes da igreja de uma antiga congregação de 50.

Também nesta semana, um noticiário do Paquistão descreve a expulsão violenta de um pastor adventista e sua família de sua casa como parte de uma disputa de propriedade alimentada por tensões religiosas. ‘Christian Today’ relata que o Pastor Michael Robert, da Igreja Adventista em Farooqabad, distrito de Sheikhupura, sofreu ferimentos graves junto com a sua esposa e membros de sua família quando uma multidão armada entrou em sua casa.

“A situação dos membros da Igreja é conhecida”, diz Diop. “No entanto, há inúmeros outros homens, mulheres e crianças de muitas crenças diferentes que sofrem as consequências da intolerância religiosa”. 

Outras preocupações recentes de liberdade religiosa internacional incluem uma lei russa promulgada em julho deste ano regulando a atividade missionária, bem como a situação contínua de membros de minorias cristãs no Oriente Médio, muitos dos quais fugiram de situações de discriminação e violência. 

É esta complexa realidade global que será o foco de acadêmicos, especialistas e defensores da liberdade religiosa de todo o mundo que se reunirão em agosto de 2017 perto de Ft. Lauderdale, Flórida, para o 8º Congresso Mundial de Liberdade Religiosa. Este evento, organizado pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), apoiada pela Igreja Adventista, reunirá alguns dos maiores pensadores do mundo no campo da liberdade religiosa. 

De acordo com Diop, que também atua como Secretário-Geral da IRLA, o foco do Congresso—Liberdade Religiosa e a Esperança Para a Coexistência Pacífica—é especialmente relevante. “Aprender a compartilhar o espaço público com aqueles de quem discordamos; aprender a superar o chocante histórico das guerras religiosas, a limpeza étnica religiosa e o fanatismo religioso alimentado pelo genocídio—esses se tornaram alguns dos desafios mais urgentes do nosso tempo”. 

O VIII Congresso Mundial de Liberdade Religiosa da IRLA será realizado de 22 a 24 de agosto de 2017 no Diplomat Resort & Spa by Hilton, em Hollywood, na Flórida. Para mais informações, visite www.irla.org.

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