General Conference, Middle East and North Africa

LÍDERES ADVENTISTAS PEDEM COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA ACABAR COM O ABUSO DE REFUGIADOS NA LÍBIA

A Igreja Adventista acredita que cada pessoa tem a marca do Criador e condena a prática da escravidão e todas as outras formas de tráfico humano.

Silver Spring, Maryland, United States | Bettina Krause, Communication director, International Religious Liberty Association

Recente evidência de vídeo de um mercado de escravos ativo no país norte-africano da Líbia concentrou a atenção internacional sobre o que, até agora, tem sido uma tragédia de direitos humanos não divulgada em grandes proporções, diz um porta-voz da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

“O que este vídeo revela é a exploração chocante e implacável de seres humanos vulneráveis; refugiados que procuram desesperadamente escapar da pobreza e da violência”, diz Nelu Burcea, que é a pessoa de ligação da Igreja Adventista junto às Nações Unidas e um diretor-associado do seu departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa (PARL). “Nossa Igreja se junta aos que estão pedindo uma ação internacional concertada para acabar com este imenso desastre de direitos humanos no norte da África”.

Segundo Burcea, o comércio de escravos na Líbia representa apenas uma parte de um quadro muito maior de abuso de refugiados africanos. A posição geográfica da Líbia, localizada do outro lado do mar Mediterrâneo no rumo da Itália, tornou-se um importante ponto de trânsito para os refugiados africanos que procuram entrar na Europa. A Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (IOM) estima que cerca de 450 mil pessoas tentaram a perigosa viagem marítima desde a Líbia para a Europa nos últimos três anos.

No entanto, com os crescentes esforços europeus para acabar com o tráfico de pessoas e fazer retornar os barcos de refugiados, um número crescente de refugiados se encontra preso nos superlotados centros de detenção da Líbia e nos campos de refugiados improvisados. Os relatórios dessas instalações falam de condições de deterioração, má organização e ilegalidade. À medida que a situação piora, várias milícias locais e grupos tribais se mobilizaram para explorar os que estão detidos na Líbia, sem qualquer meio para seguirem para a Europa como refugiados ou para retornarem ao seu país de origem.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência e prometeu intensificar os seus esforços para acabar com o abuso de refugiados na Líbia. O secretário-geral da ONU, António Gutierres, disse que esse comércio de seres humanos não tem “lugar no século XXI”.

Rick McEdward, presidente da União Missão do Oriente Médio e da África do Norte (MENA), da denominação, diz que a história recente da Líbia tem sido terrível, com uma tremenda perda de vidas devido a uma prolongada crise civil. Ele chama o tratamento dos refugiados documentados no vídeo como “uma violação horrível dos direitos humanos básicos”.

“Não devemos permitir que os sistemas humanos rompidos desestruturem as pessoas e as tratem como mercadoria para comércio”, diz McEdward. “Como Igreja, adicionamos nossa voz de encorajamento a todos os líderes políticos, comerciais e religiosos a se unirem em palavras e ações na proteção da dignidade dada por Deus. Devemos permanecer juntos em condenar a prática abusiva da escravidão e todas as outras formas de tráfico de seres humanos”.

Ganoune Diop, diretor da PARL para a Igreja Adventista a nível mundial, diz que a denominação está empenhada em defender o direito de cada pessoa de ser tratada com dignidade e respeito. “Como adventistas, acreditamos que todo ser humano tem a marca sagrada de seu Criador e está imbuído de infinito valor e, portanto, continuaremos a nos pronunciar nos altos níveis contra o abuso de refugiados e migrantes”.

O departamento PARL da Igreja Adventista abordará esta questão nas Nações Unidas em 22 de janeiro do próximo ano, quando co-patrocina o Quarto Simpósio Anual sobre o Papel da Religião e Organizações Religiosas nos Assuntos Internacionais. O tema desse evento de um dia, que será realizado na Secretaria das Nações Unidas em Nova York, será “Perspectivas sobre Migração: Deslocamento e Marginalização, Inclusão e Justiça”.

A Igreja Adventista é um dos quatro principais organizadores desta série de simpósios, que reúne outras organizações não-governamentais, funcionários da ONU e líderes religiosos para explorar maneiras pelas quais os grupos religiosos podem trabalhar juntamente com entidades internacionais para promover um mundo mais pacífico e seguro.

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