A cafeína fica ao lado da carne vermelha e do estresse como um fator-chave que afeta negativamente a saúde, de acordo com um estudo inovador do Instituto Australasiano de Pesquisa (ARI) no Hospital Adventista de Sydney.
Nos últimos três anos, o IRA vem estudando os efeitos do estilo de vida sobre a saúde. Ele confirmou os resultados de estudos anteriores que mostram que o estresse, o sono (quantidade e qualidade), a carne vermelha e a gordura corporal são fatores-chave para o aumento do estresse oxidativo. No entanto, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que as bebidas com cafeína também eram significativamente associadas ao estresse oxidativo no organismo.
O estresse oxidativo está ligado ao envelhecimento acelerado e ao desenvolvimento de enfermidades do estilo de vida, como doenças cardíacas e certos tipos de demência, incluindo a doença de Alzheimer.
O Dr. Ross Grant, CEO da ARI, disse que o impacto pode ser observado entre os participantes da pesquisa que bebiam apenas uma xícara de café por dia. “Não vimos apenas um efeito total ou nenhum”, disse ele. “Vimos que, se você tivesse um pouco, teria certo efeito, se tivesse mais, teria mais um efeito, e assim por diante”.
Embora entenda os benefícios sociais da cultura do café de hoje, ele exortou as pessoas a repensarem a sua escolha de bebidas. “Há muitas mensagens populares por aí de que a cafeína é de alguma forma boa para você”, disse ele.
“Os argumentos para os benefícios da cafeína fora da interação social imediata são, eu acho, superficiais e banalizam o impacto do que a cafeína realmente pode e faz no nível bioquímico. Sabemos há algum tempo que a cafeína está associada a doenças cardíacas, reduz a qualidade do sono e aumenta a ansiedade e a depressão. Mas as pessoas tendem a descartar isso. Dizem: ‘Ah sim, mas quando eu me levanto de manhã e tomo a minha xícara de café, me sinto tão bem’. Infelizmente, como a maioria das drogas recreativas, o ‘incentivo’ que a cafeína incorre num alto preço e nosso estudo sugere que o seu corpo estará em perda como resultado”.
O estudo ARI, “Relações Significativas Entre um Marcador Simples de Equilíbrio Redox e Comportamentos de Estilo de Vida; Relevância para a Pontuação de Risco de Framingham”, foi aceito para publicação na prestigiada revista de ciência médica “Public Library of Science” (PLOS 1).
O estudo analisou as mudanças fisiológicas e bioquímicas do corpo causadas por vários comportamentos de estilo de vida.
“A ideia era tentar descobrir como o estilo de vida altera a bioquímica do corpo que o leva a saúde ou doença”, explicou o Dr. Grant. “Descobrimos que certamente há um efeito coletivo, mas cada comportamento de estilo de vida individual também tem um efeito significativo por si só. Daí ter sido tão fascinante “.
O diretor-associado de saúde da Divisão do Pacífico Sul, Dr. Paul Rankin, disse que o estudo reforça os princípios de saúde que há muito têm sido promovidos pela Igreja Adventista, incluindo o conselho de evitar a cafeína.