Northern Asia-Pacific

MITOS DE EVANGELISMO QUEBRADOS NO JAPÃO

O caminho do sucesso aconteceu quando a Igreja de Amanuma em Tóquio seguiu os ensinamentos da escola de evangelismo de campo e comprometeu-se com o ministério pós-batismo.

Tokyo, Japan | NSD communication department/ Rha MyungHoon Amanuma Church, ANN Staff

O Japão é bem reconhecido pela Igreja Adventista como um dos países mais difíceis de evangelizar. Este é um paradigma amplamente compartilhado por outras denominações cristãs. A Igreja Adventista no Japão tem muito poucos jovens, e os membros são em sua grande maioria formados por idosos, e as igrejas geralmente são pequenas e muitos pastores não priorizam o evangelismo. A forte ética de trabalho japonês dificulta a vida dos membros de evangelizarem e dos japoneses seculares em se interessarem pela nossa mensagem. 

Além do mais, muitos compartilham certas crenças gerais em relação ao evangelismo. Uma delas é a de que as reuniões evangelísticas públicas não funcionam no Japão–e de que a única maneira de se envolver é de forma pessoal. Outra é a de que qualquer programação especial que se estenda por mais do que um fim de semana se torna muito cansativa para os membros e convidados. Uma terceira é a de que as doutrinas adventistas são distintivas, como o sábado, as profecias dos últimos dias, o juízo investigativo, a queda de Babilônia ou o Espírito de Profecia e não são assuntos que devem ser incluídos nas programações. 

As pessoas não estão prontas para isso. E um quarto mito é o de que os japoneses demoram muito tempo—muitos meses ou anos—para processar a verdade antes da decisão de se tornarem membros da Igreja. Em outras palavras, o evangelismo, como praticado em outras nações, não funciona no Japão. Recentemente, a igreja de Amanuma, em Tóquio, quebrou cada um desses mitos. Eles decidiram seguir as orientações dadas pela escola de campo na área de evangelismo que começou em janeiro e concluiu em outubro de 2017. [O verbo “to choose” (escolher) tem o sentido de decidir também]

Participaram do treinamento evangelístico, assim como evangelismo pessoal, oração pelos perdidos e estudos bíblicos. Eles chegaram à comunidade através dos vários seminários de saúde. Envolveram-se até no trabalho de porta em porta–tudo isso sendo recursos básicos usados em outros lugares. Aprendendo com a escola de evangelismo, estiveram prontos com dezenas de livros e recursos de DVD para venderem para aqueles que participaram da mini-série apologética Porque Deus; que precedeu à principal série de evangelismo público. 

Mais de uma dúzia de pessoas fizeram parte das equipes de visitas evangelísticas, algo que exigia compromisso de treinamento dos participantes com um evangelista duas vezes por semana. Uma equipe acompanhou e anotou os dados daqueles que tomaram sua decisão a cada noite, o que permitiu que as equipes de visitas soubessem como ajudar os convidados a encontrar a verdade. Uma classe batismal foi formada no 10º dia das 24 noites da série e os membros da equipe de visitas incentivaram aqueles que tomaram decisões para participar.  

A Igreja de Amanuma também levou as orações a sério. Cada um dos 40 dias que antecederam o primeiro dia das reuniões evangelísticas, entre 20 e 30 membros reuniam-se no início de cada manhã para orar pela série evangelística. As equipes de oração também se envolveram em seções de oração intinerantes pela cidade, pedindo para que o Espírito Santo fosse derramado sobre as pessoas que encontravam nas ruas, estações e lojas. 

O Senhor abençoou maravilhosamente as reuniões públicas, realizadas entre os dias 6 a 27 de outubro. A série de conferências não durou uma ou duas noites, mas três semanas e quatro longos finais de semana! Cerca de 100 a 120 pessoas compareceram todas as noites, e esse número não diminuiu. 

Então, o mito número dois foi derrubado. Quatro pessoas ficaram de pé quando o evangelista fez o primeiro apelo para que as pessoas aceitassem a Cristo, duas delas sem qualquer antecedente cristão. O pastor Rha MyungHoon começou pequenas classes batismais ao término de cada encontro, e as pessoas continuavam chegando. O evangelista pregou mensagens adventistas distintas—24 delas—a partir da Bíblia, sem hesitação.   

Não só os convidados responderam ao chamado do Espírito Santo através da Palavra, muitos dos membros expressaram que nunca haviam esperado ser tão ricamente abençoados por um estudo tão profundo da Palavra de Deus. O mito número três fora quebrado. As reuniões evangelísticas provocaram um avivamento na igreja. Os membros mais afetados eram os jovens adultos e profissionais que encontraram nova vida em Cristo! O pastor expressou sua alegria e admiração de como o Espírito Santo podia mover-Se em meio a  um conjunto completo de mensagens por mais de três semanas! 

Embora as reuniões fossem realizadas cinco noites por semana, e três sessões em cada sábado, ainda assim as pessoas continuavam reunidas em torno das mesas de refresco conversando e se conhecendo por um bom tempo depois do término das conferências. O mito número um foi quebrado. E em relação às decisões, outro mito foi quebrado. Todas as noites, o evangelista deu oportunidade para que as pessoas respondessem sobre a mensagem, preenchendo o cartão de resposta. Nele, puderam anotar seus questionamentos espirituais e éticos, bem como escrever perguntas sobre o assunto.

O evangelista respondia a perguntas durante várias sessões especiais a cada semana. Depois de quatro, as pessoas começaram aceitar a Cristo, uma dúzia decidiu santificar o sábado, outras decidiram se batizar e se tornar membros da Igreja remanescente. De uma média de 16 convidados não-adventistas que vieram todas as noites, 13 tomaram a decisão de ser batizados, e 10 deles estavam prontos no fim das conferências, em apenas três semanas! Um convidado, Shoki Kohara, havia perdido o emprego recentemente. Enquanto esperava o ônibus numa estação, um membro da equipe missionária lhe deu um folheto e o convidou para A História da Esperança. 

Shoki não tinha nenhum fundamento cristão. Para a surpresa dos membros, Shoki chegou às reuniões pela primeira vez na sexta noite, quando o orador falou sobre a origem do pecado. Shoki foi à frente para aceitar a Cristo como o seu Senhor e Salvador pessoal na sétima noite, mas ficou claro que ele estava em conflito–o bem e o mal estavam lutando pela vitória. Depois de algumas noites, ele decidiu participar da classe batismal, mas sem intenção de ser batizado. As mensagens noturnas e a classe batismal alcançaram os seus objetivos: eles transformaram um homem que havia andado longe de Deus, num discípulo de Jesus. Shoki decidiu ser batizado. No dia do seu batismo, via-se em seu rosto a alegria radiante de nascer de novo! 

O que estamos aprendendo com essa experiência no Japão é que as pessoas são pessoas em todos os lugares. O Espírito Santo que faz maravilhas no Quênia, no Brasil ou nas Filipinas também pode fazer maravilhas no Japão. No seu íntimo, todas as pessoas de qualquer cultura têm necessidades, medos e esperanças semelhantes e a resposta não é encontrada na filosofia, entretenimento ou temas religiosos superficiais, mas a resposta é encontrada na verdade da Bíblia.

Muitas das pessoas que foram batizadas não tinham tido contado com o cristianismo, e, no entanto, estavam prontas para fazer parte do povo de Deus, pois aprenderam que o Deus da Bíblia é o verdadeiro Deus do Céu e é aquele que Se sacrificou para o seu benefício. 

Este é mais um mito que será derrubado em breve. Existe um conceito já consolidado de que muitos novos convertidos que frequentaram séries evangelísticas logo abandonam a igreja. Pesquisas de fato mostram que há mais pessoas que nasceram na Igreja Adventista e a deixam do que os que se converteram através das séries evangelísticas. O último treinamento nessa escola de campo foi para os mentores espirituais designados para ajudar a assimilar os novos crentes na igreja. 

Eles fizeram compromisso de um ano e neste período receberam instruções cuidadosas sobre o que fazer nas oito primeiras visitas semanais para aquelas pessoas que foram batizadas, incluindo recursos para auxiliar o novo membro a crescer espiritualmente. Fora do Japão, este treinamento garantiu que pelo menos 90% dos novos conversos continuassem envolvidos nas atividades da igreja. Esses novos conversos japoneses têm demonstrado uma radical mudança em suas vidas, e esse índice de sucesso pode ser ainda maior. 

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